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Prédios da ECA e da História e Geografia são ocupados na USP

Onde teve início há 9 dias, quando foi tomado o prédio de Letras, na FFLCH; USP diz que faculdades podem negociar demandas

Por Isabela Palhares
Atualização:

SÃO PAULO -Mais dois prédios da Universidade de São Paulo (USP) foram tomados por estudantes na madrugada desta quinta-feira, 19, para reivindicar a adoção de cotas sociais e o reforço de ações de permanência estudantil. Foram ocupados os prédios da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e o dos cursos de História e Geografia, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), na Cidade Universitária, zona oeste da capital.

A onda de ocupações na USP teve início há nove dias, quando os alunos tomaram o prédio do curso de Letras, também na FFLCH. “O movimento está expandindo e temos ainda 14 cursos que aderiram à greve. As ocupação de prédios públicos é um método muito forte de reivindicação e a tendência é que cresça ainda mais”, disse Gabriela Ferro, do Diretório Central dos Estudantes (DCE).

Prédio de Letras está ocupado há mais de uma semana Foto: Marco Ambrosio / Estadão Conteúdo

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Além das demandas gerais do DCE, os alunos que ocupam os prédios também têm demandas específicas para os seus cursos. Em Letras, História e Geografia, os universitários reivindicam a contratação de professores, já que a USP suspendeu desde 2014 a admissão de novos funcionários em função da crise financeira. “Várias disciplinas fundamentais para esses cursos deixaram de existir por falta de professor. Os cortes estão afetando em muito a qualidade do ensino da USP”, disse Gabriela. Segundo ela, na Geografia também foram cortadas as verbas para trabalho de campo.

Os estudantes ainda apoiam a greve dos funcionários, que teve início no dia 12, contra os cortes de verba, “precarização” dos serviços da universidade - como o Hospital Universitário - e por reajuste de 12,3%. 

USP. A reitoria informou que as direções das faculdades têm autonomia para negociar a a saída dos alunos dos prédios. Sobre as reivindicações dos alunos, a reitoria informou que neste ano a universidade investiu R$ 209 milhões em Política de Apoio à Permanência e Formação Estudandil, um aumento de 4,6% em relação ao ano anterior. 

Segundo a reitoria, esses recursos são alocados em bolsas e auxílios para alimentação, aquisição de livros, transporte e moradia estudantil, além daqueles incluídos nas alíneas de assistência médica e odontológica, restaurantes universitários, estágios, educação física e esportes. 

Também informou que desde 2014 a USP tem discutido novas formas de ingresso. "Atualmente, a USP oferece bônus na nota do vestibular a alunos oriundos de escolas públicas, dentro do Programa de Inclusão Social (Inclusp) e, no ano passado foi aprovada a adesão da USP ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu) [que utiliza a nota do Exame Nacional do Ensino Médio]", informou em nota. 

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