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Por crise, USP corta bolsas de intercâmbio e prioriza Humanas

Ideia é que alunos das áreas tecnológicas e de saúde aproveitem vagas do Ciência sem Fronteiras

Por Victor Vieira
Atualização:

SÃO PAULO - Com bolsas de intercâmbio internacional cortadas por causa da crise, a Universidade de São Paulo (USP) decidiu priorizar estudantes de Ciências Humanas nos editais de 2014. Como o Ciência sem Fronteiras (CsF), iniciativa do governo federal que dá bolsas em instituições estrangeiras, oferece oportunidades nas áreas tecnológicas e de saúde, a reitoria dará preferência aos alunos das outras áreas.

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A decisão foi tomada pela reitoria por causa da crise financeira da USP, que cortou em quase 30% os gastos e investimentos neste ano. Não haverá, porém, mudanças nas bolsas de permanência estudantil, área que teve orçamento 2% superior ao de 2013.

"No ano passado, concedemos mais de mil bolsas de intercâmbio internacional, mas não há recursos que suportem isso (em 2014). Então nós faremos um corte", disse o reitor em encontro com alunos na semana passada. "Nossos recursos internacionais, por enquanto, terão a destinação preferencial para essas áreas. Mas não exclui as vagas tecnológicas", acrescentou.

Distribuição. Nos dois últimos anos não houve discriminação dos candidatos por área científica nos programas de intercâmbio da USP, mas os alunos de Humanas já haviam conseguido mais bolsas que de outros campos. Isso aconteceu por duas razões. Uma delas é que as vagas foram distribuídas de acordo com o tamanho da unidade - a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas é uma das maiores da instituição.

O outro motivo é que os estudantes da área usaram boa parte das vagas remanescentes de outros campos científicos. Na primeira edição do programa, entre 2012 e o ano passado, 47% das bolsas foram para as Humanas, 32% para as Tecnológicas e 21% para a Saúde.

Segundo a assessoria de imprensa da USP, ainda não há previsão de lançamento do novo edital de intercâmbio. A universidade também não informou quantas bolsas e quais valores serão destinados à mobilidade acadêmica internacional neste ano. Até abril, viajaram pelo CsF 3.535 estudantes da USP, a instituição de ensino superior do País que mais recebeu bolsas do programa.

Em 2012, o Ministério da Educação excluiu de um edital do CsF a possibilidade de participação de alunos de 24 cursos, 20 deles na área de Humanas. A medida foi contestada por professores e estudantes da área, mas o governo federal justificou que o foco do programa é tecnológico./Colaborou Paulo Saldaña

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