Políticos vêem manobra em tema de redação do Enem

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Por Agencia Estado
Atualização:

A polêmica recente sobre o projeto que cria o Conselho Federal de Jornalismo levantou suspeitas sobre uma eventual interferência do governo federal no tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado pelo Ministério da Educação, no domingo. Os cerca de 1,5 milhão de jovens que participaram da prova tiveram de dissertar sobre a liberdade de informação e os abusos cometidos por meios de comunicação. Pesquisa gratuita "Foi uma pesquisa gratuita com uma faixa de cidadãos que têm uma opinião crítica", disse o presidente da Comissão de Educação do Senado, senador Osmar Dias (PDT-PR). Para ele, o governo poderia usar as informações como um respaldo ao conselho. "Nada é coincidência neste governo", afirma o deputado Lobbe Neto (PSDB-SP), vice-presidente da Comissão Especial de Políticas Públicas para a Juventude. "Pode ser uma forma de induzir o jovem a concordar que tem muito abuso na imprensa." Textos A proposta de redação incluía textos do jornalista e presidente da Radiobrás, Eugênio Bucci, de entidades independentes que analisam a imprensa e artigos da Constituição sobre liberdade de expressão e direito à privacidade. Eliezer Pacheco, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, responsável pela prova no MEC, nega qualquer interferência. Ele explica que os assuntos são propostos por uma banca e os coordenadores optaram pelo tema no dia 5 de julho, antes da polêmica do conselho. "Foi coincidência."

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