07 de julho de 2017 | 11h26
GOIÂNIA - A Polícia Civil de Goiás prendeu nesta quinta-feira, 6, cinco suspeitos de fraudes em vestibulares de Medicina em 12 Estados e no Distrito Federal. Os envolvidos foram flagrados por investigadores disfarçados negociando vagas e infiltrados durante a realização das provas, como fiscais.
O grupo vendia a aprovação por valores que giravam entre R$ 80 mil e R$ 120 mil, conforme o tipo de entrega do gabarito. A polícia estima que 170 estudantes tenham sido beneficiados pelo esquema e que pelo menos metade tenha sido aprovada.
Os agentes filmaram os suspeitos enquanto eles "ensinavam" como a fraude tinha que funcionar para dar certo. Eles utilizavam aparelhos celulares debaixo de roupas íntimas bem justas, para disfarçar.
Foram presos o empresário Rogério Cardoso de Matos, apontado como chefe da quadrilha; o estudante de Engenharia Civil Mateus Ovídio Siqueira; Fernando Batista Pereira, que negociava os aparelhos celulares e ensinava a ocultar o equipamento; e dois aliciadores identificados como Osmar e Elisângela.
O delegado Cleybio Januário Ferreira se passou por fiscal e flagrou Ovídio Siqueira com um celular passando o gabarito para os candidatos.
Os nomes dos investigados que foram aprovados serão encaminhados para as universidades para que elas promovam a exclusão deles e melhorem o controle aos locais de provas.
A reportagem não conseguiu contato com os advogados dos presos. Em uma conversa entre um deles e uma agente infiltrada como candidata a participar da fraude, o suspeito garante todo apoio para defender os candidatos.
"A gente tem advogado, a gente tem tudo. Se der algum problema, não entra em pânico e fala assim: 'Alguém vai me ajudar'. Eu vou ajudar. Eu tenho os melhores advogados."
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