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Polícia forma seus cientistas

Alunos do Mestrado Profissional em Ciências Policiais desenvolvem soluções para a PM paulista

Por Bruna Tiussu
Atualização:

Já incorporados ao cotidiano da Polícia Militar paulista, o helicóptero Águia, os serviços de resgate com furgões e motos do Corpo de Bombeiros e as bases comunitárias móveis têm uma origem comum: foram concebidos em sala de aula. Mais especificamente, em monografias de alunos do Mestrado Profissional em Ciências Policiais, oferecido por um centro de formação da PM. O curso é o primeiro do gênero a buscar a certificação da Capes, do governo federal.   "Queremos ser protagonistas na produção científica", diz o coronel Luiz Eduardo Pesce Arruda, responsável desde 2008 pelo Centro de Aperfeiçoamento e Ensino Superior (Caes), cuja sede fica na Luz, região central de São Paulo. Para Arruda, embora o curso seja reconhecido por lei, a certificação da Capes é fundamental para dar caráter universal ao mestrado. "Não adianta titular se não há equivalência. Queremos a comunicação com outros cursos."   O Caes enviou a proposta de certificação em março. Segundo a assessoria da Capes, o pedido está em análise e o processo de avaliação vai levar cerca de um ano.   O mestrado é dirigido a comandantes e capitães com mais de 20 anos de carreira. Todos os projetos desenvolvidos devem ter aplicabilidade prática, daí a denominação mestrado profissional. "A ideia é que os alunos empreguem sua experiência em operações complexas no desenvolvimento de soluções para problemas específicos."   Cada turma é composta por cerca de 120 oficiais que durante seis meses se dedicam exclusivamente às aulas e à monografia. "É puxado, são muitas noites sem dormir, mas o curso traz bons conhecimentos científicos. Com ele espero virar comandante de batalhão na PM", diz o capitão Mauro Luchiari Junior, integrante da turma deste ano.   Embora as vagas sejam destinadas prioritariamente a oficiais paulistas, o Caes recebe PMs do Brasil inteiro. "Buscava a titulação acadêmica e São Paulo é o lugar ideal, o maior gerador de doutrina policial do País", diz o capitão Ildomário dos Santos Gomes, que se mudou de Sergipe este ano para fazer o curso.   O Caes está adaptando às normas da Capes não só o currículo e a carga horária do curso, mas também as suas instalações. Um auditório para 186 pessoas e uma biblioteca com capacidade para 15 mil volumes têm conclusão prevista para dezembro. Em 2010, deve ser entregue um alojamento com 42 apartamentos para hospedar oficiais.   O Caes oferece ainda um curso de doutorado em Ciências Policiais. Nele, profissionais com mais de 30 anos de carreira desenvolvem projetos de natureza estratégica. "Depois do mestrado, o próximo passo será certificar o doutorado", afirma Arruda.

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