Polícia descobre fraude de diplomas em São José do Rio Preto

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Polícia Civil de São José do Rio Preto, no interior paulista, descobriu um esquema de venda de diplomas falsos de cursos supletivos dos ensinos fundamental e médio. O esquema seria praticado pela empresa Apostilas Nacional, com escritórios em Rio Preto, Araçatuba, Santa Bárbara D´Oeste, Ribeirão Preto e Americana, todas em São Paulo. Investigadores invadiram na terça-feira o escritório da empresa, no Calçadão Comercial de Rio Preto, e apreenderam diversos documentos, entre eles provas assinadas em branco, lista com nomes de alunos e materiais de divulgação. O escritório foi fechado depois que o jornal Diário da Região fez uma reportagem denunciando o esquema. Os investigadores, de posse de mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça, fizeram uma cópia da fechadura e entraram no estabelecimento. O delegado Rubens Cardoso Machado Júnior, responsável pelo inquérito aberto em dezembro de 2005, disse que o esquema funcionava desde início de 2004. Segundo ele, as vítimas pagavam de R$ 350,00 a R$ 700,00 pelas apostilas com as respostas da provas, que eram levadas e preenchidas em casa pelos alunos. "Alguns meses depois, as vítimas recebiam os diplomas em nome do colégio Juan Miro, de Niterói (RJ)", disse o delegado. Segundo ele, o diploma não tem validade porque o colégio não tem autorização do Conselho Nacional de Educação para fazer ensino à distância no Estado de São Paulo. Além disso, a prova presencial deve ser feita na sede do colégio. A escola informou desconhecer a existência da empresa Apostila Nacional. O esquema só foi descoberto porque um dos estudantes, depois de conseguir se matricular no curso de Educação Física de uma faculdade de São José do Rio Preto desconfiou do diploma e ao tentar checar a validade, descobriu a farsa e recorreu à polícia. Teve o diploma apreendido e anexado no inquérito. Segundo Machado, os donos da empresa Apostila Nacional deverão ser indiciados e responderão por crimes de falsidades ideológica, falsificação de documento público e até por formação de quadrilha. Além disso, responderão por um crime de estelionato para cada estudante enganado.

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