Relatórios da divisão de inteligência da Polícia Civil afirmam que policiais militares do 16.º Batalhão, responsável pela segurança da região que inclui a Cidade Universitária da USP, recebem dinheiro de traficantes da Favela São Remo ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
De acordo com reportagem exibida pela TV Bandeirantes na terça-feira, 27, a investigação realizada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que se infiltrou na São Remo, denunciou que o PCC paga semanalmente "elevados valores" a policiais militares que atuam na região.
Em maio de 2011, o estudante Felipe Ramos de Paiva, aluno da FEA, foi morto na Cidade Universitária. Segundo o relatório do DHPP, Irlan Graciano Santiago e Daniel Celeste de Souza, moradores da São Remo e assassinos confessos do estudante, recebiam proteção dos traficantes da favela.
Em nota enviada ao Estadão.edu nesta quinta-feira, 29, a Secretaria de Segurança Pública afirma que os relatórios de inteligência não são peças de Polícia Judiciária, sendo vedado seu uso em inquéritos policiais. Segundo a nota, depois de processados e caso sejam consistentes, tais relatórios são repassados às unidades de inteligência e unidades policiais.