Plano de carreira ajuda a fazer opção certa pelo MBA

Com tantas possibilidades de cursos, é preciso saber como a formação pode melhorar seu futuro profissional

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Por Leonor Macedo
Atualização:
Gustavo Zamarioli, gerente de Logística Foto: Arquivo pessoal

Para quem quer mudar de carreira ou conquistar um cargo de liderança dentro de uma empresa, a primeira dificuldade pode ser eleger qual MBA fazer diante de uma vasta oferta desse tipo de curso no Brasil. A escolha é mais certeira quando se traça um plano de carreira. “É preciso considerar qual é a expectativa que o candidato a um MBA tem para sua vida profissional e como essa formação contribuirá com seu desenvolvimento”, explica Márcia Pedroza, assessora da pró-reitoria de Educação Continuada da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). 

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Foi o que fez Gustavo Zamarioli, gerente de Logística da Harley-Davidson do Brasil. Antes de se matricular no MBA in Corporate Strategy da Business School São Paulo, ele fez uma projeção para sua carreira por cinco anos e viu que precisaria de uma especialização. “Foi necessário procurar um curso com bases mais conceituais e em uma instituição de ensino que me ajudasse na conquista desses planos profissionais”, conta. “Mas incluí algumas premissas em minha decisão, além da grade curricular: o nome da escola e os profissionais que já passaram por ela.”

Outra estratégia adotada pelo gerente de Logística foi ouvir outros estudantes de MBA. “Acredito que o melhor vendedor de uma especialização é o ex-aluno, pois ele consegue transmitir fielmente os resultados conquistados com os ensinamentos promovidos pela faculdade, além de ter uma visão bastante realista da dinâmica do curso e da idoneidade da instituição.”

O quão renomada é a instituição de ensino ainda pesa na escolha de um curso para o aluno e na contratação de um profissional para o mercado de trabalho. “A escola ou a universidade escolhida é de suma importância porque dela depende a qualidade do curso e a imagem que ele possui. Uma universidade é reconhecida pelo mercado e pela sociedade exatamente quando oferece uma formação de excelência”, ressalta Márcia, da PUC-SP.

Aperfeiçoamento. Ainda assim, segundo Cláudia Gonçalves, consultora de carreira e MBA, esse é um cenário que tem mudado nos últimos anos no Brasil. “Não podemos perder de vista que o nome da escola a cursar um MBA é importante, mas está nascendo um novo nível de curso particular por aqui, mesmo entre instituições não muito renomadas.”

Para a especialista, o fato de que tem sido cada vez mais difícil entrar em uma instituição pública faz com que as universidades privadas busquem um aperfeiçoamento para conquistar alunos. “É preciso que as pessoas se qualifiquem. Ter um MBA em uma universidade menos renomada é melhor do que não ter”, enfatiza. “Você sinaliza para o mercado que está lutando para melhorar.” Como o curso de MBA costuma ser mais caro do que outras especializações, às vezes o que atrai o aluno é um valor que caiba no seu orçamento. “Só desconfie de instituições que ofereçam um MBA de curta duração. Isso não existe”, alerta Roberto Sbragia, coordenador da Fundação Instituto de Administração (FIA). Na entidade privada, ligada à Faculdade de Economia e Administração (FEA) da Universidade de São Paulo (USP), as formações têm 600 horas e exigem esforço e dedicação.

“Antes de entrar em um MBA, você sempre deve se perguntar se terá tempo de realizar as atividades relacionadas ao curso além da sala de aula, como ler textos, escrever e responder todos os exercícios”, elucida Márcia Pedroza. 

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Aluno do MBA de Gestão Estratégica de Projetos da FIA, Paulo Watanave esperou completar 50 anos para voltar a estudar. “Meus filhos estão grandes, então pude fazer meu segundo MBA. Para me dedicar à formação, deixei alguns hobbies de lado. O nosso tempo é precioso demais para se matricular em um curso e não leva-lo a sério.” 

Método e professores. Entender a metodologia da instituição é tão importante quanto avaliar o corpo docente do MBA na hora de escolher o curso. “O aluno deve procurar saber qual é a cultura da escola e se tem a ver com aquilo que ele acredita: se ela é colaborativa ou competitiva, por exemplo”, esclarece Cláudia Gonçalves. As escolas mais bem posicionadas em rankings nacionais e internacionais mantêm entre seu corpo docente mestres e doutores, mas todos com experiência de mercado para que a troca de conhecimento não fique apenas no campo acadêmico. 

“Além disso, a internacionalidade da escola é um diferencial que enriquece a formação do aluno”, aponta Mônica Sabino, coordenadora de pós-graduação da Business School São Paulo. Muitas instituições brasileiras firmam convênios com universidades fora do Brasil para oferecer a possibilidade de cursar um módulo de MBA em outro país. 

Zamarioli também levou em consideração as parcerias com instituições estrangeiras na hora de escolher o MBA. “Para mim isso remete à ideia de que a escola tem por princípio trazer ao País as melhores práticas de formação, elevando ainda mais o nível de competitividade de seus cursos.”

O primeiro MBA do mundo nasceu nos Estados Unidos, na Universidade Harvard, no começo do século passado. A formação era integral, bem diferente dos MBAs brasileiros. Aqui eles são chamados de Executivos e voltados às pessoas que não podem abrir mão do emprego para se dedicarem inteiramente aos estudos.