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PF investiga beneficiados em compra de vagas em faculdades

Com documentos falsos, estudantes bem sucedidos faziam provas de vestibular no lugar de outra pessoa, que chegava a pagar até R$ 70 mil para ser aprovada

Por Agencia Estado
Atualização:

O segundo passo da Operação Vaga Certa, deflagrada nesta segunda-feira , 30, no Rio de Janeiro e no Ceará, pela Polícia Federal, será identificar as pessoas que ingressaram em universidades públicas e particulares através do esquema usado pela quadrilha de fraudadores. A PF estima que 30 estudantes - a maioria dos cursos de Medicina e Odontologia - tenham sido beneficiados. Todos deverão perder a vaga, segundo informou a PF. O cearense Olavo Vieira de Macedo é apontado como o suposto chefe do bando. De acordo com as investigações da PF, ele é formado em Direito pela Universidade Federal do Ceará (UFC), está matriculado no curso de Medicina, da Universidade de Fortaleza (Unifor), e havia se inscrito no vestibular da Unifor para o curso de Odontologia. A Polícia suspeita que a mãe dele, Maria de Fátima Vieira de Macedo, faça a contabilidade da quadrilha. A maioria dos mandados de prisão que estão sendo cumpridos no Ceará é composta pelos chamados "pilotos", ou seja, estudantes universitários bem colocados que faziam provas nos lugares de outras pessoas. Por cada aprovação, eles recebiam R$ 6 mil. Entre os suspeitos de integrarem a quadrilha como pilotos, a PF prendeu Aline Saraiva Martins e Marisa Bandeira de Araújo. Outras três prisões deverão ser efetuadas, em Fortaleza, ainda nesta segunda-feira. No Rio, foi preso o casal Neide Alvarenga Cedaro e Anélio Cedaro. Os dois seriam os supostos negociadores do grupo. Seriam eles os responsáveis pelas vendas das vagas, que custavam de R$ 25 mil a R$ 70 mil. A PF começou a investigar o caso em agosto do ano passado. Através de escutas telefônicas, descobriu que a quadrilha atuava basicamente em concursos vestibulares cujas provas eram elaboradas pela Fundação Cesgranrio. Com a quadrilha foi apreendida uma máquina que era usada para falsificar documentos. Também foram apreendidos relatórios. Preenchidos pelos "pilotos", esses relatórios continham informações sobre a realização da prova. Os mesmos eram repassados para as pessoas que contratavam o serviço da quadrilha no caso delas precisarem dar detalhes sobre a aplicação do concurso. Entre as instituições que tiveram seus concursos fraudados pela quadrilha estão: Universidade Gama Filho (RJ), Fundação Educacional Severino Sombra (RJ), Fundação Municipal de Saúde da Prefeitura de Petrópolis (RJ), Universidade Federal Fluminense (RJ) e Universidade Federal de Pelotas (RS). A PF também investiga outras dez públicas, entre as quais, a UFC e a Universidade Estadual do Ceará (Uece).

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