Participação na política é o tema da redação da Fuvest

Candidatos tinham de decidir se ela é 'indispensável' ou 'superada'; tema foi elogiado por docentes e alunos

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Por Redação
Atualização:

A importância da participação dos cidadãos na política foi o tema da redação da Fuvest, aplicada neste domingo, no primeiro dia da segunda fase do vestibular que seleciona para a Universidade de São Paulo (USP) e a Santa Casa.

 

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Os candidatos tinham de escrever um texto dizendo se a participação política nos dias atuais é “indispensável” ou “superada”. Como material de apoio, a banca forneceu passagens de textos de Aristóteles (Política) e Mario Sergio Cortella (Política: Para Não Ser Idiota).

 

Outro excerto falava da origem da palavra “idiota”. Também havia uma tira do Homem-Legenda, personagem criado pelo cartunista Adão Iturrusgarai, e um poema de Wislawa Szymborska, vencedora do Nobel de Literatura de 1996, que começa com os versos “Somos os filhos da época, / e a época é política”.

 

Para Francisco Platão Savioli, supervisor de português do Anglo, a proposta foi “inatacável” e os textos de apoio, “bem escolhidos, não banais nem difíceis de interpretar”. Nelson Dutra, do Objetivo, observou que “seria muito estranho o estudante tentar defender a tese de que a participação política está superada, já que os textos da coletânea apontam para a tese que somos filhos de uma época política”.

 

André Valente, professor do Cursinho da Poli, achou o tema “pertinente e atual”. “É um desafio para o aluno perceber que política é algo indispensável e que deve ser discutido, sim.”

 

Avaliações

 

Embora os estudantes ouvidos pelo Estadão.edu tenham escolhido a opção “indispensável”, o tema dividiu opiniões entre os alunos.

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André Ferrari, de 18 anos, candidato a Química que fez a prova no câmpus Villa-Lobos da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), em São Paulo, disse que a redação foi “trabalhosa”, principalmente pela quantidade de textos para consulta.

 

Rafael Victorino, de 18, que tenta vaga em Letras, achou a redação “tranquila” e o tema, “legal”. “O problema é que a palavra política não tem muitos sinônimos”, avaliou.

 

Para Lucas Lauretto, de 17, que disputa vaga em Biologia e fez a prova em Sorocaba, o tema “pode pegar muita gente desprevenida, porque é pouco tratado em ambiente acadêmico”.

 

Maria Fernanda Moreira, de 17, candidata a Letras, disse que "o tema ficou muito aberto". "Havia várias possibilidades de abordagem, o que nem sempre ajuda".

 

Para Caio Guedes Buzzo, de 17, o assunto provoca a discussão coletiva, o que facilitou a argumentação. “Esperava algo mais difícil”, disse ele, que fez a prova em São José dos Campos.

 

O resto do exame tinha questões de interpretação de texto, gramática e literatura. Lívia Jacob, de 17, achou que as questões sobre literatura foram as mais difíceis. “Quem não leu todos os livros teve dificuldade.”

 

Na prova de literatura, Roberto Leão, de 19, destacou a questão que relacionava Capitães da Areia, de Jorge Amado, com Vidas Secas, de Graciliano Ramos. “Tínhamos de descrever como cada autor apresenta o sertão e os sertanejos”, disse ele, que busca vaga no curso de Economia.

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Abstenção

 

O índice de abstenção foi de 8,15%, segundo a coordenação do vestibular. Dos 31.504 candidatos esperados, 2.568 não compareceram.

 

No Estado, a cidade com o maior índice de abstenção foi Lorena, com 17,21%. Santos registrou o maior comparecimento, com apenas 5,90% de abstenção.

 

A etapa discursiva continua nesta segunda-feira, com 16 questões sobre história, geografia, matemática, física, química, biologia e inglês. / CARLOS LORDELO, CECÍLIA CUSSIOLI, CEDÊ SILVA, GERSON MONTEIRO, JOSÉ MARIA TOMAZELA, JOSÉ ROBERTO GOMES, LORENA AMAZONAS e ROSE MARY DE SOUZA

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