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'Parece que os professores estão aqui em casa', diz aluna que estuda pelo YouTube

Sem dinheiro para pagar cursinhos presenciais, estudantes usam plataforma como alternativa; site lançou 'playlist educativa'

Por Isabela Palhares
Atualização:

SÃO PAULO - Alice Bezerra, de 18 anos, queria cursar Direito, mas não passou no vestibular. A opção seria fazer um cursinho por mais um ano, mas ela mora em São Sebastião do Umbuzeiro, no interior da Paraíba. O pré-vestibular mais próximo estava a cinco horas de viagem.

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“Conversando com pessoas da minha cidade que tinham nota alta no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), descobri os cursinhos online”, conta.

Com 3 mil habitantes, a cidade tem apenas duas escolas públicas. O formato das aulas dos professores da plataforma Descomplica, que cobra R$ 19 por mês, foi uma surpresa para Alice. 

Para ela, as aulas são “dinâmicas e divertidas”, o que faz a aluna passar horas na frente do computador estudando. “Essa menina só faz estudar. Já peguei ela estudando à meia-noite e dei uma bronca para ela ir dormir”, conta a diarista Joseane Bezerra, mãe da jovem.

Essa menina só faz estudar. Já peguei ela estudando à meia-noite e dei uma bronca para ela ir dormir

Joseane Bezerra, mãe de Alice Bezerra

O professor Noslen tem 3 milhões de inscritos em seu canal de Português e Literatura no YouTube Foto: Nilton Fukuda/Estadão

“Parece que os professores estão aqui em casa, indo no meu ritmo. É muito descontraído, não sinto que estudar é uma obrigação”, diz a aluna Lívia Araújo, de 18 anos, que mora no Rio e não conseguia pagar um cursinho presencial.

Os vídeos a ajudam a estudar para cursar Comunicação Social.

É muito descontraído, não sinto que estudar é uma obrigação

Lívia Araújo, estudante

Veja vídeo da plataforma Descomplica:

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O aumento da audiência dos estudantes em vídeos com conteúdo escolar levou o YouTube a lançar em julho deste ano um novo recurso chamado de "playlist educativa", permitindo que os canais credenciados pela plataforma possam estruturar o conteúdo produzido em capítulos, como introdução, aulas básicas e avançadas.

Desde 2013, a plataforma já desenvolve com a Fundação Lemann um projeto de revisar e validar canais voltados para educação. Atualmente, mais de 400 canais já passaram pelo crivo. Juntos, eles já tiveram 1,2 bilhões de visualizações e têm mais de 6,5 milhões por semana. 

Se você estuda usando canais no YouTube, nos conte quais são os seusedutubers preferidos.

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