Para mantenedores, estatização de vagas demora

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Por Agencia Estado
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Embora aprove o plano do Ministério da Educação, de estatizar vagas ociosas das universidades particulares e instituições filantrópicas, o presidente da Associação Brasileira de Mantenedores do Ensino Superior (Abmes), Edson Franco, não acredita que a meta das 100 mil vagas seja atendida neste ano. Ele argumenta que os processos jurídicos e administrativos que permitem a renúncia fiscal das instituições leva tempo, e não dependem apenas de disposição dos administradores. O MEC aposta que as faculdades e universidade, sobretudo as filantrópicas, terão pressa em fazer a troca de suas vagas ociosas por isenções fiscais, e na quarta-feira anunciou já ter disponíveis metade das 100 mil vagas previstas para este ano. Para o ministro Tarso Genro, é uma solução rápida e mais barata do que a abertura de vagas em universidades públicas. "Para criarmos um número de vagas nas universidades públicas igual ao que vamos criar com a nossa proposta, precisaríamos de cinco ou seis vezes mais recursos", disse. O custo total para o governo seria de R$ 350 milhões. Números contestados Embora alguns especialistas concordem com esses cálculos, eles são contestados por estudos da Universidade de Brasília (UnB) - uma das 54 instituições públicas federais. Ali o custo médio por aluno é de R$ 3 mil, segundo estudos que estão sendo finalizados. Nas particulares, informa a Abmes, a média é de R$ 5,5 mil. "Tem muito achismo e aproximação grosseira nas estimativas do custo do aluno na pública. O nosso objetivo é mostrar realmente qual é esse preço", diz o reitor da UnB, Lauro Morhy. Segundo ele, não se pode computar no custo/aluno, por exemplo, o gasto com o salário de um professor de Medicina, que divide seu tempo entre a sala de aula e o atendimento no hospital universitário. "Muita coisa é atribuída à conta da educação das federais."

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