Nos dias mais quentes, a diretora de uma das escolas de lata da cidade que oferecem apenas educação infantil (para alunos de 4 a 6 anos) costuma ficar preocupada. Em vez de apenas um intervalo para o recreio, ela pede às professoras que levem as crianças mais vezes para a área externa. "No calor, isso é insuportável, muito quente. As crianças ficam desanimadas, moles, e a gente tem de tirá-las das salas com mais freqüência para que elas tomem ar. As salas viram uma panela de pressão", diz a diretora, que conversou com o Estado sob a condição de não ter seu nome divulgado. O calor dentro da escola atrapalha alunos e professores. "Depois de algumas horas, o rendimento dos professores e das crianças cai demais", diz a diretora. A chuva, especialmente as mais intensas, também é um inconveniente. "Quando chove, mal dá para ouvir o que uma pessoa está dizendo a meio metro de distância de você. As crianças se assustam com o barulho e começam a chorar." Mas é o calor que mais preocupa a diretora. Neste semestre, a seu convite, um especialista em saúde visitará a escola para ministrar a professores e funcionários um curso de primeiros socorros. A diretora não quer que ninguém seja pego de surpresa se alguma criança sofrer uma queda de pressão ou até mesmo desmaiar por causa do calor intenso na escola.