Para crescer é necessário aprender

Para Paulo Lemos, diretor da Fundação Getulio Vargas (FGV), educação executiva deve ser uma educação continuada

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Por Redação
Atualização:
'Profissional precisa sempre se atualizar para conseguir os melhores resultados' Foto: Piti Reali

Segundo Paulo Lemos, diretor da Fundação Getulio Vargas (FGV), o executivo pode combinar MBAs e cursos mais rápidos durante a carreira. O mestrado e o doutorado profissionais também são boas opções, mas com um viés mais voltado para o mundo acadêmico.

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Todo mundo deveria fazer uma especialização em algum momento? Existe uma hora certa na carreira para isso?

A educação executiva deve ser uma educação continuada. Se o profissional precisa de uma formação abrangente, ele deve fazer uma “especialização” ou MBA. Além disso, o profissional precisa sempre se atualizar para conseguir os melhores resultados.

Mas uma especialização não é diferente do MBA, sendo a especialização mais específica e o MBA mais genérico?

Pelo MEC (Ministério da Educação), MBA é uma especialização. Ambos têm carga mínima de 420 horas/aula (existe uma diferença de interpretação da regra e algumas instituições oferecem apenas 360).Precisam ainda de um trabalho de conclusão de curso e de avaliação em cada disciplina -, embora isso não signifique uma prova, e pode haver outras formas de se avaliar.  O problema é que tem muito curso rápido que se diz “especialização”, porque oferece um conhecimento especializado, mas não cumpre os critérios do MEC.

Na prática, no que um curso chamado MBA se distingue das demais especializações que não têm esse nome? 

Em todo o mundo, o doutorado é acadêmico e o mestrado é prático, voltado para o mercado. O título de mestre se refere a um profissional, o mestre sapateiro, o mestre artesão. Um mestre tem aprendizes, não alunos. Os cursos chamados MBA seriam o equivalente ao mestrado em Administração no modelo internacional. Assim, oferecem uma preparação de profissionais de gestão, um curso de conhecimento aplicado. As especializações costumam ser em outras áreas, ou cursos com o foco mais fechado.

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O stricto sensu sempre foi voltado para quem deseja seguir carreira acadêmica. O mestrado e o doutorado profissionais mudaram esse cenário? 

O mestrado acadêmico somente existe no Brasil. Em 1966, o Ministério da Educação estava precisando de professores universitários e ainda não tínhamos programas de doutorado. O MEC publicou uma determinação para que os mestrados formassem professores. O mestrado e o doutorado profissionais são mais aplicados, mas ainda precisam obedecer a requisitos acadêmicos. Aqui no Brasil, um mestrado profissional é o meio do caminho entre um MBA e o mestrado tradicional. A FGV, por exemplo, oferta o doutorado profissional; para receber esse título é preciso defender uma tese aplicada, algo que funcione na realidade. Não basta ficar só na teoria. Uma outra diferença é que não é necessário uma dedicação exclusiva.

Fazer um mestrado ou doutorado acadêmico também é bem visto pelo mercado?

O grande objetivo do mestrado ou doutorado acadêmico é seguir na vida acadêmica, ou seja, dar aulas. Agora, se o objetivo do aluno é a atuação no mercado, um MBA ou as modalidades profissionais são mais interessantes.

Adianta fazer mais de um MBA durante a carreira?

Quando mudamos de área é geralmente bom fazer outro MBA. A alternativa é montar um pacote de cursos de curta duração para cobrir o conhecimento necessário para a nova área.

Depois de uma boa caminhada na carreira executiva, quando já se fez MBA, que outros caminhos de aperfeiçoamento o profissional deve seguir?

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Ele deve fazer cursos focados na evolução das demandas do seu trabalho e na evolução do conhecimento na sua área. Por exemplo, ele pode ser um profissional de marketing e precisar obter informação sobre os concorrentes, os clientes etc, utilizando a massa de dados atualmente disponível; neste caso, ele poderá fazer MBA em Business Analytics (Big Data) e um curso de Marketing Analytics.

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