Pais e alunos aprovam camisinha de graça em escolas

Iniciativa do governo federal de distribuir preservativos recebeu críticas em 2003, quando foi criado; este ano, 89% dos alunos e 63% dos pais elogiaram a idéia

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois das críticas recebidas em 2003, quando foi criado, o programa que prevê ações de prevenção de DST-Aids nas escolas caiu nas graças de estudantes, professores e pais. Pesquisa feita pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) entre maio e julho de 2005 mostra que o projeto, batizado de Saúde e Prevenção Nas Escolas (SPE), recebeu a adesão de 51,3% dos pais convidados. Além de uma boa participação, as propostas do projeto foram bem aceitas, incluindo a distribuição de preservativos para estudantes. Dos pais entrevistados, 63% elogiaram a iniciativa. Entre alunos, a porcentagem foi maior: 89,5%. Professores também se mostraram entusiasmados: 57,8% consideraram a idéia importante. A pesquisa mostrou ainda grande diferença entre o nível de informação oferecido aos estudantes, quando se comparou escolas que participaram do SPE e escolas de um grupo controle. Das escolas com SPE, 73,7% desenvolveram discussões e orientações sobre educação sexual. No grupo controle, essa porcentagem foi menor: 53,7% das escolas. Os números foram comemorados pelo ministro da Saúde, Agenor Álvares, e pelo secretário do Ministério da Educação Ricardo Henriques. O trabalho da Unesco servirá, agora, para nortear projetos de ampliação do SPE. ?Não existe unanimidade. Não temos de capitular diante de reações contrárias?, afirmou o ministro ontem, depois da apresentação da pesquisa. ?Não temos vergonha de recuar desde que nos mostrem argumentos contrários fortes?, afirmou, sem especificar o que o governo estaria disposto a ceder. O ministro garantiu, porém, que não há no momento nenhuma intenção de se rever o projeto de máquinas de camisinhas nas escolas, lançado há menos de dois meses. O projeto envolve também um concurso voltado às Escolas Técnicas, para que elas desenvolvam uma máquina específica para a venda de preservativos, por R$ 0,25. ?A distribuição de camisinhas, a venda, não é a vanguarda do programa. O mais importante é a divulgação de informações de prevenção de DST-Aids?, afirmou o ministro. A pesquisa da Unesco demonstrou, porém, que ainda é preciso dar ênfase a alguns pontos do programa. Como a maior capacitação de professores, a oferta de material educativo e o esforço para maior envolvimento de pais nas atividades.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.