A página do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep-MEC) continuava informando até o início da tarde desta quinta-feira, 21 que a prova não seria adiada. Ao entrar no portal, uma nota de esclarecimento já aparecia automaticamente para o usuário dizendo que "a aplicação das provas impressas" será "nos dias 1º e 8 de novembro e as provas digitais nos dias 11 e 18 de outubro de 2020".
Depois da reportagem do Estadão, o site foi atualizado por volta das 15 horas, 24 horas de o adiamento ser anunciado para a imprensa. O cronograma do exame também foi mudado, sem data de aplicação da prova e com uma mensagem sobre o adiamento em virtude da pandemia do coronavírus
Há semanas, secretários de educação, universidades e estudantes pediam a mudança da data da prova por causa da pandemia do coronavírus.
Pressionado, o MEC anunciou na quarta, por meio de nota à imprensa, que o exame seria adiado para data ainda não definida, podendo ocorrer entre 30 e 60 dias depois de 1º de novembro.
Na quarta-feira, após o anúncio, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, chegou a dizer que não acreditava no ministro Abraham Weintraub e queria que o presidente Jair Bolsonaro anunciasse o adiamento do Enem. O presidente acabou twitando a decisão.
Deputados ligados à educação, como Tábata Amaral (PDT-SP) e Idilvan Alencar (PDT-CE), disseram o mesmo e defendiam que o assunto fosse votado na Câmara para garantir que o Enem não seja realizado no começo no novembro.
Segundo o Estadão apurou, a decisão de adiar o exa-me pegou a equipe técnica do Inep de surpresa e causou mal-estar. Uma reunião sobre o assunto ainda seria feita na quarta.