Os tesouros da Faap

Concebida como centro cultural, Faap tem museu com 3,5 mil obras, parte delas espalhadas por prédios e jardins

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Por Carolina Stanisci
Atualização:

A vocação artística salta aos olhos de quem visita a Fundação Armando Alvares Penteado. Espalhadas por seu câmpus, onde circulam 8,5 mil estudantes, estão esculturas de artistas como Bruno Giorgi e Arcangelo Ianelli. No saguão do prédio principal da universidade, que abriga o museu, o teatro e a Faculdade de Artes Plásticas, réplicas inspiradas nas estátuas dos profetas de Aleijadinho recepcionam os estudantes. Quando idealizou a Faap, o conde Armando Alvares Penteado pensou na instituição como um centro cultural que reunisse talentos. Fundada, em 1947, na Rua Alagoas, em Higienópolis, a Faap começou a cumprir esse objetivo com a criação de cursos de artes para crianças e professores, nas décadas de 50 e 60. Esses foram os embriões da Faculdade de Artes Plásticas. Em 1961, a universidade assumiu de vez seu lado cultural abrindo as portas do Museu de Arte Brasileira, que hoje tem um acervo de 3,5 mil peças. Algumas ficam à vista dos visitantes e estudantes, como as esculturas de mármore e aço expostas nas praças e jardins da universidade. Portinari Um destaque do câmpus é o vitral do prédio principal. Trata-se de um mosaico com 216 quadrados de 1 metro de lado; 56 deles foram desenhados sob encomenda por artistas como Candido Portinari e Lina Bo Bardi e executados pela tradicional Casa Conrado. TIAGO QUEIROZ/AE Vitral tem 256 peças, parte delas feita sob encomenda por artistas, como Portinari A manutenção do acervo, que ganha mais peças todo ano, fica por conta do laboratório de conservação do próprio museu. "Nós limpamos e fazemos pequenos ajustes", conta a diretora do MAB, Maria Izabel Branco Ribeiro, formada em Artes Plásticas na Faap, na década de 70. Renato Maretti, de 20 anos, no 6º semestre do curso de Educação Artística, gosta do câmpus-museu. "Acrescenta bastante. Mas o principal aqui é o quadro de professores, que é incrível", diz. O estudante reclama apenas da burocracia da universidade. "Para tudo, precisamos de autorização. Antes, os artistas ficavam lá até meia-noite, pintavam paredes e não pediam autorização para nada." Raphael Emmerich, de 23 anos, admite que não repara tanto na vocação artística da universidade. "Eu gosto dessa parte cultural, mas não frequento os eventos. Vou mais às palestras sobre empreendedorismo", diz o estudante do 6º semestre de Administração de Empresas. Para Emmerich, a grande vantagem de estudar na Faap é a possibilidade de criar uma boa rede de contatos. "Tem muito aluno que é filho de dono de empresa. Você tem a chance de sair daqui empregado."

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