ONU consagra o Alfabetização Solidária

Programa brasileiro foi escolhido pela Unesco como modelo a ser adotado em outros países

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Programa Alfabetização Solidária foi indicado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) como um dos dez programas de alfabetização mais bem-sucedidos do mundo. Com a escolha, o projeto vai integrar o kit comemorativo da Década da Alfabetização, uma iniciativa da ONU lançada oficialmente nesta quinta-feira, em Nova York. Em documento que será distribuído mundialmente, a organização elege o trabalho brasileiro como modelo a ser adotado em outros países. Iniciativa do terceiro setor, o programa baseia-se na formação de parcerias entre empresas, universidades, governo e sociedade civil para a redução do analfabetismo. Os números exibidos pela primeira cidade a ter o programa, Pauni, no Amazonas, revela quanto o trabalho coordenado pode trazer bons resultados. Em 1997, 82% dos habitantes eram analfabetos. Três anos depois, a porcentagem era menos chocante: 50%. A superintendente-executiva nacional do Alfabetização Solidária, Regina Esteves, atribui o bom resultado ao amplo conhecimento que os educadores têm da realidade da população assistida. "É um dos princípios básicos: a relação entre o educador e o aluno tem de ser estreita." Até agora, o programa já atendeu 3,6 milhões de brasileiros, em 2.010 municípios. Em 2000, a experiência do Alfabetização Solidária passou a ser "exportada". Primeiro, para países de língua portuguesa. A parceria mais recente foi firmada com a Guatemala, de língua espanhola. Há perspectivas de ampliar a colaboração com outros países. No Brasil, o Alfabetização Solidária deverá este ano atender pelo menos 500 mil pessoas com mais de 15 anos. O programa atuará, ainda, no esforço do Ministério da Educação para erradicar o analfabetismo. Regina estima que pelo menos 1,8 milhão de brasileiros sejam beneficiados com o programa, a partir do convênio com o Ministério da Educação. Além de alfabetizar maiores de 15 anos, o programa estimula a continuidade dos estudos. A Unesco já havia concedido outros prêmios ao Programa de Alfabetização Solidária. Em outubro de 1999, ele recebeu o prêmio de Iniciativas Bem-Sucedidas na área de educação. Em 2000, em Paris, o Alfabetização Solidária recebeu menção honrosa da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura no Prêmio Internacional da Alfabetização Unesco. Depois foi a vez da Medalha Comenius, entregue em cerimônia realizada durante a 46.ª Conferência Internacional de Educação, em Genebra.

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