PUBLICIDADE

O profissional de novas descobertas

Com a biodiversidade e a força do agronegócio brasileiros, área tem futuro bastante promissor para atuação

Por Agencia Estado
Atualização:

O mercado de trabalho em biotecnologia está em franca expansão. A demanda por profissionais especializados é grande por causa das descobertas que estão por vir - da cura de doenças e criação de órgãos sintéticos para transplante ao aumento da produção de alimentos e controle de pragas agrícolas sem agressão ao ambiente. A biotecnologia é o conjunto de tecnologias que permite usar células e moléculas biológicas para produção de bens e serviços em saúde humana e animal, agricultura e manejo do meio ambiente. Em 2001, foi responsável por 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) do País, segundo estudo da Fundação Biominas e do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT). Com a biodiversidade e a força do agronegócio brasileiros, é uma área bastante promissora em termos profissionais. Tanto é que, em julho deste ano, o governo federal lançou a primeira versão da política nacional de biotecnologia. O documento aposta que o Brasil se tornará um dos líderes no segmento num prazo de 10 a 15 anos e ainda prevê R$ 7 bilhões de investimentos, entre recursos públicos e privados e benefícios fiscais. O mercado brasileiro atual de biotecnologia é de US$ 500 milhões em 120 empresas, ante um faturamento de US$ 3,7 bilhões da Europa, de acordo com a presidente da Associação Nacional de Biossegurança (ANBio), Leila Oda. Além da possibilidade de crescimento do setor, Leila ressalta o potencial de criação de empregos, já que se trata de ?área altamente intensiva de capital humano?. Formação acadêmica A carreira de biotecnólogo (ou biotecnologista, como alguns preferem ser chamados) é nova. Data da década de 1980, com a expansão da área, segundo Leila. No Brasil, existe há cerca de quatro anos. O primeiro curso de graduação em biotecnologia do País surgiu em 2001, na Universidade Presidente Antonio Carlos, em Barbacena (MG). Antes disso, já havia profissionais trabalhando na área - na maioria, biólogos, químicos, agrônomos, médicos, engenheiros, nutricionistas e farmacêuticos. Hoje, existem opções de graduação e pós-graduação em universidades públicas e particulares, além de curso seqüencial e de tecnologia (veja detalhes na matéria ao lado). A Universidade Estadual Paulista (Unesp) teve seu primeiro vestibular para Biotecnologia em julho de 2003. Desde lá, o curso é o mais concorrido no vestibular de meio de ano da instituição - registrou sempre mais de 30 candidatos por vaga e já chegou a quase 50. Um dos estudantes que venceram essa acirrada concorrência, Luiz Francisco Zanella, está no quarto ano do curso e acredita que terá vantagem no mercado de trabalho: ?As pessoas formadas em biotecnologia têm conhecimento amplo, enquanto os outros têm formação específica em determinada área?. A menos de um ano do diploma, Zanella faz estágio em um laboratório da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). ?Conheço bem a área em que atuo e também a importância do profissional. Pretendo focar minha carreira para a produção de vacinas.? Perfil profissional Para a presidente da ANBio, Leila Oda, o biotecnologista deve ser multidisciplinar, com atuação em várias áreas e com visão global. É preciso ter formação eclética, complementa a coordenadora do curso de Biotecnologia da Unesp, Telma Andrade. ?Ele precisa equilibrar os conhecimentos teóricos e práticos, além de ter perfil científico, criativo, pronto para realizar novas descobertas.? Mercado de trabalho O profissional de biotecnologia tem um amplo campo de atuação, que inclui produção de vacinas, desenvolvimento de métodos de diagnóstico, biossegurança, inseminação artificial, bioinformática, biochips, engenharia genética e de tecidos, clonagem, genoma, nanotecnologia e bioeletricidade, entre outros. Existe trabalho em empresas, indústrias e instituições de pesquisa. O salário médio inicial para formados em biotecnologia vai de R$ 1,5 mil a R$ 2 mil, variando de acordo com a localidade. Escolas oferecem cursos de biotecnologia UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES (UMC) - São Paulo. www.umc.br, 0800-19-2001, (0--11) 4798-7000. Mestrado e doutorado em Biotecnologia, 2 anos, R$ 600, inscrições a partir de janeiro. UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO (Unaerp) - Ribeirão Preto (SP). www.unaerp.br, (0--16) 3603-6900. Curso seqüencial em Biotecnologia, 2 anos, R$ 421,31, inscrições a partir de 15/9. Curso superior de tecnologia em Biotecnologia, 3 anos, R$ 421,23, inscrições a partir de 15/09. Mestrado em Biotecnologia, 2 anos, R$ 751, inscrições em dezembro. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - São Paulo. www.biotecnologia.icb.usp.br, (0--11) 3091-7728. Programa de pós-graduação interunidades em Biotecnologia, inscrições só em agosto. Mestrado, 3 anos. Doutorado com mestrado, 4 anos. Doutorado direto, 5 anos. UNIVERSIDADE DE SOROCABA (Uniso) - São Paulo. www.uniso.br/gradua/bio/biotec.asp, 0800-702-7005. Graduação em Biotecnologia, 8 semestres, R$ 843, inscrições a partir de novembro. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO (Unesp) - Assis (SP). www.assis.unesp.br, (0--18) 3302-5848. Graduação em Biotecnologia, 4 anos, vestibular só em julho. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFSCAR) - Araras (SP). www.ufscar.br, (0--16) 3351-8111, (0--19) 3543-2610. Graduação em Biotecnologia, 8 semestres, inscrição de 25/9 a 27/10. UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTONIO CARLOS (Unipac) - Barbacena (MG). www.unipac.br, 0800-36-1999, (0--32) 3693-8230. Graduação em Biotecnologia, 4 anos, R$ 671, inscrição a partir de dezembro.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.