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O MBA na visão de 16 empresas

Por Agencia Estado
Atualização:

Não é exigência, mas na escolha entre dois candidatos, faz diferença. Organizações querem cursos sob medida Ter MBA no currículo é pré-requisito para conquistar um posto no alto escalão? Para apurar a importância e o estímulo que as empresas dão ao MBA, curso que no Brasil forma especialistas em administração de negócios, o Estado promoveu enquete com 38 companhias do País. Um total de 16 respondeu. Resultado: é consenso que um MBA não é uma necessidade formal para contratação, mas um diferencial. ?É um aspecto valorizado, mas não é pré-requisito?, diz a gerente de Recursos Humanos da Basf, Anita Viviani. ?Em uma seleção pode ser um diferencial?, observa o diretor de RH da AES Eletropaulo, Manuel Paulo Martins. INCENTIVO E BOLSAS No ano passado, a AES Eletropaulo investiu cerca de R$ 120 mil no MBA de seis gerentes e dois diretores. Neste ano, segundo Martins, o valor deve ser equivalente. Na siderúrgica CST, 80% do corpo gerencial (120 executivos) cursaram MBA; na American Express, 40% de 27 executivos (diretores, vice-presidentes e presidente) também fizeram o programa. Um levantamento da Deloitte com 100 companhias do País apurou que 80% incentivam o MBA. A maioria assume até 60% dos custos, segundo Maurício Miranda, gerente de Capital Humano da consultoria. ?A tendência é o compartilhamento dos custos entre empresas e funcionários?, observa Renato Cotta Mello, coordenador do MBA em Marketing do Instituto Coppead, escola de negócios da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na enquete do Estado, 12 empresas informaram financiar o programa aos funcionários. A Brasil Telecom diz pagar 50% dos programas de pós graduação, respeitando o limite de 20% do quadro efetivo de cada diretoria. A CSN subsidia metade do curso e Grupo Pão de Açúcar 80% para os in company e 50% em escolas top. Financiam acima da média apurada pela Deloitte: American Express (de 50% a 75%); Basf e Telefônica (até 70%); e Siemens (80%). Afirmaram bancar até o total do curso a AES Eletropaulo, CST, Eletrobrás, Light e Usiminas. ?A empresa subsidia de 50% a 100% do valor dos programas de MBA desde o curso escolhido, bem como os trabalhos (teses, monografias, dissertações) que serão desenvolvidos se forem de interesse da empresa?, detalha Martins, da AES Eletropaulo. ?Para cursos de grande demanda, desenvolvemos programas in company?, conta o gerente Geral de RH da CST, Álvaro Ribeiro. SOB ENCOMENDA Cada vez mais as empresas têm buscado as escolas para criar cursos sob medida, os chamados ?in company?, exclusivos para grupos de funcionários e uma alternativa mais econômica. Uma que já aderiu à tendência foi a Light, Cuja primeira turma in company se formou no final de 2005, com 34 alunos. ?O MBA in company virou febre no Brasil. Qualquer programa com mais de 360 horas é chamado de MBA?, alerta o presidente da Business School São Paulo (BSP), Heitor Peixoto. ?Esse tipo de MBA aborda problemas específicos da companhia cliente e acaba sendo melhor para a empresa. Já o aberto é melhor para a pessoa física, que pode obter crescimento maior?, pondera. Segundo Peixoto, as empresas que preferem encaminhar alunos individualmente para um MBA o fazem priorizando o relacionamento com profissionais de várias outras empresas e segmentos diferentes. Mesmo com a crescente busca pelos MBAs sob medida, Mello diz que é importante não afrouxar exigências aos candidatos encaminhados pelas empresas. E revela dados de bastidores. ?O profissional que se recusa a fazer uma MBA encomendado pela empresa muitas vezes se vê dentro de um dilema político.?

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