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O MBA e a crise

Após apagão de financiamento, estudantes enfrentam corte de vagas de estágio

Por Adriana Del Ré e Especial para o Estado
Atualização:

SÃO PAULO - Início de novembro. Auge da crise. Bancos americanos anunciam a suspensão do crédito estudantil. E alunos de MBA de grandes escolas veem cair drasticamente a oferta para os "summer jobs", estágios de verão. Meio ano depois, o problema do crédito parece ter sido contornado. Mas a falta de estágios continua a tirar o sono de muitos alunos.

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Cursando MBA na Stephen M. Ross Business School da Universidade de Michigan, Thiago Marchi, de 30 anos, vai passar os próximos três meses como estagiário na Ambev, no Brasil. "Minha ideia era ter experiência profissional fora do País, não só estudando, mas trabalhando. Tive de mudar meu foco." Após o estágio, ele retornará a Michigan para terminar o MBA.

Marchi e os colegas sentiram na pele os efeitos da crise ao serem avisados de que o Citibank não renovaria linhas de crédito com Michigan. Além de dispensar avalista local, o empréstimo cobria todas as despesas (curso, moradia, alimentação, livros, etc), algo em torno de US$ 100 mil por ano, e podia ser parcelado em 20 anos. "Houve certo pânico. Teve aluno estrangeiro que largou o MBA e voltou para casa."

Recentemente, várias universidades anunciaram novos acordos com bancos. "Fechamos programas com o Deutsche Bank e o JPMorgan para estrangeiros que não têm avalistas americanos", diz Rosemaria Martinelli, da direção da Chicago Booth, escola da Universidade de Chicago.

Shawn Graham, diretor de Carreiras da Katz, escola da negócios da Universidade de Pittsburgh, admite que houve cortes em estágios. "Mas muitas empresas, mesmo recrutando menos, estão focadas em manter sua fonte de talentos nas universidades."

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