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Novo reitor da USP toma posse em São Paulo

Manifestantes protestam e três são detidos; PM tem que conter tumulto com bomba de efeito moral

Por Carolina Stanisci
Atualização:

Tomou posse hoje como novo reitor da Universidade de São Paulo (USP) João Grandino Rodas. A cerimônia foi na Sala São Paulo, na região da Luz, e houve protestos de manifestantes do lado de fora - eles entraram em confronto com a PM e três foram detidos.    Segundo colocado da lista tríplice, Rodas foi escolhido pelo governador José Serra. O novo reitor afirmou, em seu discurso de posse, que deseja acabar com os conflitos que vêm ocorrendo "nos últimos dez anos" na instituição.   "Rareou o respeito mínimo indispensável entre os segmentos (...) tendo a força/violência sido utilizada de maneira corriqueira", afirmou Rodas, que afirma ter "detalhada plataforma de ação". Para ele, o sucesso de sua gestão estaria atrelado a uma "melhora do nível de convivência entre os segmentos universitários".     Leia mais:  "Cota racial é dilema que deve ser discutido"  Grandino Rodas será o reitor da USP  As gafes da cerimônia   A posse teve a presença do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, do presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, do secretário do Ensino Superior em São Paulo, Carlos Vogt, que representava o governador José Serra, entre outros secretários do Estado. Líderes de várias religiões, como o cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, deram sua bênção ao novo reitor.   Protesto Cerca de trinta manifestantes portando faixas com os dizeres "Fora João Grandino" protestavam do lado de fora da Sala São Paulo. O grupo, segundo a Polícia Militar, teria atacado os PMs que estavam na entrada lateral de carros do local.   "Eles estavam agindo pacificamente, até que começaram a jogar pedras", contou o capitão Delcy Rocha, que comandava a operação no local e mostrou os artefatos supostamente atirados contra os policiais, como placas, megafone e até um guarda-chuva.    Foi jogada uma bomba de efeito moral e três estudantes foram detidos.   Dizendo pertencer ao Diretório Central dos Estudantes da USP e à militância de partidos, o grupo protestava em relação a assuntos variados: o preço de passagens de ônibus, a falta de vagas em universidades públicas e o processo antidemocrático de escolha do reitor.   "Não estávamos fazendo nada. Eles é que nos atacaram e jogaram nosso megafone no chão", afirmou Camila Souza, de 20 anos, estudante de Jornalismo da USP e membro do DCE.    

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