Novato desbanca os tradicionais em Brasília

Colégio Olimpo, fundado em 2008, teve um dos melhores desempenhos do País no Enem

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Por Rafael Moraes Moura
Atualização:

Professores e alunos em atividade durante as férias, em escola fundada há dois anos

 

Não houve reinvenção da roda, apenas as engrenagens funcionam bem. "Aqui, os professores ensinam, os alunos estudam, os coordenadores coordenam, simples assim", explica o professor de física e diretor financeiro do Olimpo, Marcelo Moraes.

 

Desse jeito, o novato Colégio Olimpo, que abriu suas portas em Brasília em 2008, chegou ao sexto lugar do Enem, desbancando tradicionais escolas da capital federal. O resultado pegou de surpresa até mesmo o corpo docente. "Esperávamos essa colocação daqui a dois, três anos", diz Moraes.

 

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Bem sucedida, a fórmula de aprendizagem inclui recrutamento de professores, seleção de alunos e intenso acompanhamento escolar. A mensalidade varia de R$ 1.227 a R$ 1.432.

 

O Olimpo começou apenas com pré-vestibular. No ano passado, abriu suas primeiras turmas de ensino médio e, agora, vê o número de alunos no segmento saltar de 65 para 105. A escola faz parte da rede Olimpo, fundada em Goiânia - o outro colégio, com 1.080 alunos, ficou em 68º lugar no ranking do Enem.

 

Para 2012, o grupo pretende erguer uma unidade na zona sul carioca, investimento de pelo menos R$ 6 milhões. Em Brasília, as instalações de um antigo colégio católico passaram por reforma para dar cara à nova instituição.

 

O local parece ter sido inaugurado ontem: os banheiros são limpos, o piso e a parede brancos mal parecem ter sido tocados, o cheiro de tinta é fresco. Mesmo com a "marca" já conhecida em Goiás, apostou-se em propaganda em outdoors, cinemas e TV.

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Seleção. O Olimpo não é para todos. Quem quiser entrar na escola precisa passar por entrevista e, em alguns casos, se submeter a uma prova. O histórico de notas, as pretensões do aluno, seu comprometimento com o estudo, tudo é avaliado. Em 2009, com a abertura do ensino médio, apenas metade dos entrevistados foram aceitos para o 3º ano. "O 3º ano é o último, não dá pra fazer o trabalho de três anos em um só", diz o diretor de ensino, Rodrigo Bernadelli. Segundo ele, para as turmas de 1º e 2º ano, ninguém ficou de fora.

 

E um aluno fraco tem chance no Olimpo? "Se ele e a família estiverem empenhados, se o jovem for bem educado e quiser aprender, sim. O ensino é nossa função. Ele pode entrar fraco, mas não sairá assim", diz Moraes. A carga horária é dividida em 36 horas-aula pela manhã (de segunda a sábado), mais 6 horas à tarde, totalizando 42 horas-aula por semana.

 

Há um controle rigoroso das faltas e outra preocupação do Olimpo é incluir assuntos do cotidiano nas aulas. Um exemplo: o vazamento de petróleo no Golfo do México, que deve ser discutido após as férias. "Você pode ensinar a extração de petróleo na aula de geografia, os aspectos ambientais na de biologia", afirma o diretor pedagógico Dalton Franco. Os salários, que podem chegar a R$ 15 mil, ajudam no recrutamento de professores - vem gente de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São José dos Campos.

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