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Nervos à flor da pele: as provas estão chegando

Candidatos aos vestibulares mais concorridos sofrem de "novembrite", a síndrome da reta final, que eleva a ansiedade e pode até atrapalhar o rendimento nas provas

Por Agencia Estado
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Mesmo com a proximidade do fim do ano ? e do verão ?, a previsão para novembro é de frio. Pelo menos na barriga, dizem professores e alunos. As provas para algumas universidades já começaram, mas a grande expectativa é pelas primeiras fases da Unicamp, no dia 23, e da Fuvest, no dia 30. Os testes que possibilitam a entrada nas maiores universidades do Estado marcam também a partida para a maratona do vestibular. Gisele Carolina de Souza, de 21 anos, tenta uma vaga no curso de Administração da Universidade de São Paulo (USP) ou da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) e está sofrendo de uma síndrome chamada de ?novembrite? por professores de cursos pré-vestibular, por afetar os alunos no mês em que são realizadas as provas mais importantes. Danos à saúde ?Quando o dia dos exames vai chegando, a gente pensa em voltar no tempo, para aproveitar um pouco mais as aulas. No dia da prova, porém, a situação é ainda pior?, confessa. Além de atrapalhar os estudos e até a realização das provas, a ansiedade excessiva também pode causar danos à saúde. Alguns sintomas típicos são dores de cabeça, taquicardia, insônia, dores de estômago, apetite em excesso (ou em falta) e ausência de interesse por qualquer coisa que não envolva diretamente a acirrada disputa de vagas. O vestibulando Eduardo de Souza Kotake, aluno do Objetivo, vai fazer prova para o curso de Jornalismo na USP, na Universidade Estadual Paulista (Unesp) e na Faculdade Cásper Líbero. ?Engordei uns 5 ou 6 quilos este ano?, afirma. ?Mas sei que não vale a pena ficar nervoso e me matar de estudar agora.? Momentos de lazer Gisele, em seu terceiro vestibular ? os outros dois foram para Medicina ?, considera o apoio da família fundamental para manter a calma. ?Quando soube que não tinha passado nos outros anos, meus pais me deram a maior força para tentar de novo?, lembra. ?É importante que eles apóiem os filhos e não façam cobranças demais.? A estudante também relaciona os momentos de lazer como forma de conseguir melhor rendimento nos exames. ?Sábado, por exemplo, é um bom dia para sair de casa, se divertir e, depois, dormir bem, sem pensar na prova?, acredita. Ansiedade Quem está atrás de um lugar ao sol na Universidade Estadual de Campinas já conta as horas para a primeira fase, no dia 23. A ansiedade exagerada causa, até, problemas familiares. ?Acho que nessa hora é normal ter uma ou outra discussão com a família?, diz o aluno do Etapa André de Melo Solli, que vai prestar prova para Ciências da Computação. ?É importante que eles entendam que este é um momento de tensão.? Para aliviar a ansiedade, Solli começou a praticar ioga em julho, assim que voltou das férias do cursinho. ?Quando você fica nervoso, não consegue nem estudar direito, preocupado com o vestibular chegando?, diz. ?E, se não aprende a controlar os nervos, ainda corre o risco de ter os famosos ?brancos? na hora da prova.? Vida "quase normal" Apesar da tensão generalizada entre os estudantes, ainda há quem continue levando uma vida quase ?normal? às vésperas das grandes provas. Com direito a viagens, baladas com os amigos e tudo mais. A estudante Carolina Baciga, de 17 anos, por exemplo, diz estar tranqüila para prestar seu primeiro vestibular, para o curso de Relações Públicas, na USP e na Faculdade Cásper Líbero. ?Além de freqüentar as aulas do cursinho e de estudar outras duas horas por dia em casa, acho importante manter minha rotina de diversão com os amigos?, justifica a estudante. ?Acho que o segredo para ter sucesso na prova é manter a tranqüilidade e confiar em si mesmo.? Carolina também considera o apoio da família ponto decisivo no processo. ?Meus pais sabem que minha missão é difícil, mas não me pressionam em nenhum momento.? leia também Hora de fazer revisão, e não de aumentar a carga

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