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'Não passei em Minas pelo Enem, vim para Alagoas'

Após formado em Medicina, Gustavo Amorim pretende deixar Maceió

Por Davi Lira , Ocimara Balmant e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

Desde o início do ano, o cotidiano do estudante de Medicina Gustavo Amorim, de 20 anos, mudou de cenário. A paisagem interiorana de Patos de Minas, a 415 km de Belo Horizonte, deu lugar à Praia de Jatiúca em Maceió. “Fiz o Enem no ano passado e com a nota consegui passar na Faculdade de Medicina na Federal de Alagoas. Resolvi sair de Minas e morar bem perto do mar. Sou louco por praia”, diz.

 

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Mas a chegada ao curso de Medicina da Ufal só aconteceu porque a seleção na faculdade de sua preferência não foi bem-sucedida. “Tentei antes entrar na Federal de Minas, mas não deu.” Depois desse resultado, Gustavo resolveu focar numa estratégia que lhe rendesse a entrada num curso de Medicina. “Resolvi não arriscar mais. O meu medo não me permitiu escolher uma universidade mais próxima”, conta.

 

Foi quando ele observou que sua nota no Enem dentro do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) lhe renderia entrada assegurada na Ufal. “Alagoas caiu na minha vida pela minha nota. Se não fosse o Sisu, eu não me deslocaria para lá apenas para fazer a prova.”

 

Possivelmente, a mudança de ares e a nova vida em um outro Estado tenham lhe causado menos surpresa que a composição de sua turma na faculdade. “Fiquei surpreso. Dos 20 alunos da minha sala, apenas 3 eram alagoanos. O restante era de São Paulo, Blumenau, Goiânia e de outras cidades”, afirma.

 

A paulista Lourena Gonçalves, de 19 anos, é uma das colegas que também acabou de concluir o 1.º semestre. Ela diz que a experiência proporcionada pelo estudo em outro Estado deve ser vista como positiva por toda a sociedade.

 

“É muito desconfortável ver que algumas pessoas encaram essa migração para estudo como um roubo das vagas dos habitantes locais. Na verdade, nós estamos indo estudar fora para crescer junto com o local”, diz Lourena.

 

Mesmo com a experiência do intercâmbio de culturas e se dizendo satisfeito com o curso, é pouco provável que Gustavo permaneça em Alagoas após sua formação, afirma o jovem. “Só pensaria mesmo em ficar em Maceió se encontrasse o grande amor da minha vida por aqui”, diz o estudante, de maneira bem-humorada.

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