PUBLICIDADE

Namoro e vestibular nem sempre combinam

Conciliar os estudos com relacionamentos sérios requer paciência e jogo de cintura. Os encontros ficam limitados aos fins de semana e até as conversas ao telefone diminuem

Por Agencia Estado
Atualização:

Primeiro, vem o ciúme da nova turma. Depois, a cobrança por causa da falta de tempo e do excesso de estudos. As brigas começam e é aí que muitos namoros terminam. Conciliar o namoro com o vestibular exige muita paciência e jogo de cintura, contam os vestibulandos que ainda conseguem manter o relacionamento. "Não é muito fácil continuar namorando quando se tem colégio, cursinho e toda a preocupação com o vestibular", conta a estudante Fernanda Dutra Pinchiaro, de 17 anos, que tenta uma vaga para direito. "Mas a gente sempre dá um jeito." Para que seu namoro de um ano e oito meses sobreviva, ela e Fábio Campos Zan, o namorado de 21 anos, têm alguns tratos. "A gente só se fala uma vez durante o dia, no intervalo do cursinho e, quando estamos com muita saudade, ele vai dormir em casa", conta. "Mas às vezes há confiltos porque, como tenho de acordar cedo no dia seguinte, preciso dormir logo para descansar e ele quer ficar batendo papo." Nessas horas, conta, o melhor é uma conversa para "lembrá-lo" da importância dos estudos. Os fins de semana de Fernanda, entretanto, são reservados para Fábio. "Como tenho aula de manhã e à tarde, preciso administrar o tempo", diz. "No fim de semana, só estudo quando tem prova na escola. Senão, aproveito para ficar com ele." Segundo a vestibulanda, o namorado é compreensivo. "Ele não costuma reclamar muito da minha falta de tempo mas, quando comecei o cursinho, ele ficou com ciúmes dos novos amigos", lembra. Fábio confirma e garante que a confiança e o respeito é que mantêm a relação. "Sem isso, fica difícil continuar um namoro em uma época tão tumultuada como a de cursinho, mas sei o que ela está passando e tento incentivá-la." O namorado de Sabrina Ayuni Sasaki, de 18 anos, vestibulanda de relações internacionais, também é compreensivo, mas vive tentando-a com festas e baladas imperdíveis. "Como tenho aula no sábado, não saio de sexta-feira e ele sempre me convida para sair, ir a festas", conta. "A tentação é grande, mas digo não e resisto." Para que o namorado não fique chateado, Sabrina reserva os domingos para ele. "Tenho muitas amigas que acabaram terminando o namoro, mas acho que o segredo é conversar e saber que essa fase do vestibular vai passar", afirma. "É importante, ainda, aproveitar o tempo ao lado dele e não ficar falando só sobre o cursinho." Curtir o namorado nos momentos livres também é a prioridade de Juliana Teixeira, de 18 anos, candidata de relações públicas. "É complicado conciliar o namoro com tanto estudo, mas sigo uma regra: na hora de estudar, não penso no namoro e, na hora de namorar, esqueço o vestibular", ensina. "Também procuro estudar no horário em que ele trabalha. Assim, temos um tempo livre juntos." As táticas, garante, vêm dando certo. "Nosso namoro é sossegado. Às vezes, ele fica com ciúme da turma do cursinho, mas levamos numa boa", diz. "Ele também entende quando estou sem pique para as baladas. A única coisa que não faz é estudar comigo." Gabriela Paz Fernandes, de 18 anos, também vestibulanda de relações públicas, é mais uma que não pode contar com a ajuda do namorado. "Ele não estuda comigo, mas pelo menos entende a minha correria e não fica me cobrando", conta. "Sempre saímos aos domingos e, durante a semana, nos falamos todas as noites pelo telefone. Às vezes ficamos horas de papo, mas tento sempre não ficar falando só do cursinho." Para a orientadora vocacional do Stockler, Maria José Gimenez, só é saudável continuar um namoro na época do vestibular se ele não for um motivo de estresse. "Se o namorado não entende a dedicação aos estudos e começa a cobrar muita atenção, é melhor terminar porque a concentração acaba e o rendimento escolar cai", afirma. "Mas se a relação for equilibrada, de apoio, e ajudar o vestibulando a esquecer um pouco a pressão que está vivendo, não há problema."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.