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Na reitoria, alunos da PUC tocam música e debatem ocupação

Reportagem do estadao.com.br tem acesso ao local e acompanha a movimentação dos estudantes

Por Andreia Sadi e Marina Ramos
Atualização:

Alunos da PUC-SP decidem na noite desta quinta-feira, 8, em Assembléia, se mantêm a ocupação da reitoria, que acontece desde a última segunda, informou a comissão de imprensa do movimento ao estadão.com.br. Na última quarta-feira, a reportagem teve acesso ao local e acompanhou a movimentação dos estudantes. "A ocupação não é um fim, é o meio para conseguirmos nossas reivindicações", disse um aluno do comitê. Assim como ele, nenhum dos alunos que participam da ocupação quiseram se identificar. A noite da última quarta-feira era tranqüila na universidade. A presença da equipe de segurança não intimidava a manifestação dos estudantes. "Eles não entram aqui, mas ameaçam a gente, sim, parecem uma gangue", contou ao estadão.com.br outro aluno da ocupação. Procurados pela reportagem, os seguranças não quiseram se pronunciar. Na sala da reitora, Maura Bicudo Veras, cerca de 30 alunos, espalhados em grupos, tocavam música. De outro lado, havia discussões sobre os próximos passos da manifestação. Apesar do movimento, as aulas na universidade transcorriam normalmente. No local, havia colchões, cartazes e faixas, como as que pedem que o lixo seja reciclado. As estantes estavam protegidas com fitas isolantes. "Ficou decidido, em Assembléia, que os documentos da reitoria permanecerão intocados, assim como os outros objetos da sala." Segundo o estudante, a comissão de patrimônio é responsável por esta questão. Em uma sala no andar debaixo da reitoria, está organizada a comissão de imprensa da ocupação. Segundo eles, cerca de 150 estudantes dormiam no local. "Eu, por exemplo, acordo de manhã, vou trabalhar e volto somente à noite. Mas tem gente que fica o dia todo aqui", disse um aluno. A comissão de imprensa, dentre outras coisas, é responsável pela atualização do blog da ocupação. Para se certificarem de que a imprensa não entre no local, foi criada uma comissão de segurança. Os alunos se revezam na entrada e nas principais saídas da reitoria. Para a comissão, o ato de entrar na reitoria é um "direito legítimo dos estudantes"."Claro que é um processo polêmico, mas é democrático". Para eles, o debate do redesenho adiado para o fim do ano foi uma "manobra". " Nós (comissão) tentamos marcar reuniões para discutir o projeto desde maio, mas nosso pedido foi rejeitado. Agora, tudo depende do diálogo com a reitora". Razões do protesto O protesto dos estudantes começou após apresentação, em assembléia geral, do projeto de redesenho institucional, que, segundo eles, "fere a autonomia" da universidade."Queremos que a discussão do redesenho recomece do zero. Além do redesenho, os alunos pedem a matricula imediata dos inadimplentes, a não punição dos estudantes envolvidos na ocupação e nenhum corte do corpo docente. Em nota oficial divulgada na terça, a reitoria negou as demissões. "Das reivindicações que chegaram informalmente à Reitoria, nenhuma delas procede. Não há previsão de demissões; a PUC-SP oferece 1.144 bolsas para estudantes de 1º ano em 2007 (incluindo as integrais do ProUni), e acabou de criar novas modalidades para os calouros (para os melhores colocados do Vestibular oriundos de escola pública); e houve redução de mensalidades em 15 cursos, uma reivindicação antiga da comunidade".

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