O ministro da Educação, Cristovam Buarque, sinalizou nesta quarta-feira que deverá homologar o parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) que proíbe a realização dos chamados vestibulinhos para a seleção de novos alunos de 1.ª série no ensino fundamental e na educação infantil. Sem a assinatura do ministro, a decisão do conselho não entra em vigor. Cristovam evitou dizer de forma direta se vai ou não homologar o parecer, aprovado por unanimidade na Câmara de Educação Básica do CNE, no dia 29 de setembro. Mas afirmou que pensa da mesma forma que a secretária de Educação Infantil e Fundamental do Ministério da Educação (MEC), Maria José Feres. Maria José representa o MEC no conselho e foi favorável ao parecer da conselheira-relatora Sylvia Figueiredo Gouvêa, para quem os vestibulinhos na 1.ª série causam ?ansiedade, pressão ou frustração? entre as crianças. Maria José entende que testes de seleção de novos alunos para a 1.ª série e a educação infantil não trazem nenhum tipo de benefício para os estudantes ou o sistema educacional. Pelo contrário, podem levar a criança reprovada a se sentir uma perdedora logo no início da vida escolar. A Câmara de Educação Básica recomenda que a seleção de alunos, quando houver mais demanda do que vagas, seja feita por meio de sorteio ou pela ordem cronológica de matrícula, mas nunca por provas classificatórias como os vestibulinhos. A decisão do CNE foi motivada por consulta do Ministério Público de São Paulo, que combate esse tipo de prática em escolas particulares da capital. Para o Ministério Público, os vestibulinhos ferem o Estatuto da Criança e do Adolescente e representam, em muitos casos, uma tentativa de barrar a inclusão de alunos com deficiência mental nas escolas de ensino regular. leia também CNE proíbe vestibulinhos para crianças Prática é condenada por especialistas