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Ministra da Igualdade Racial defende cotas nas universidades

Matilde Ribeiro falou das falhas no Programa Nacional de Ações Afirmativas durante a gestão Fernando Henrique Cardoso

Por Agencia Estado
Atualização:

A Secretária Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, defendeu nesta quinta-feira a reserva de vagas para negros nas universidades como forma de corrigir as desigualdades entre as raças. Também disse que o governo federal vai discutir a questão com a sociedade antes de estabelecer uma política nacional com esse propósito. "Como cidadã e militante do movimento negro, sou favorável às cotas. É uma medida necessária, importante para corrigir desigualdades, mas não é salvadora da pátria", afirmou. A secretária tomou café da manhã com lideranças de entidades de combate ao racismo. Ela lembrou que o tema é controverso e que o governo Luiz Inácio Lula da Silva "não vai se furtar ao debate". Empossada em 21 de março, Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, a secretária, que tem status de ministra, disse que vai dar atenção especial às comunidades remanescentes de quilombos espalhadas no Brasil, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. De acordo com levantamento do governo federal, são duas mil. O Movimento Nacional de Remanescentes de Quilombos estima que haja o dobro. As comunidades, que se mantêm graças à agricultura familiar e artesanato, carecem de infra-estrutura básica e de serviços de saúde, educação e postos de trabalho, segundo a ministra. Matilde disse que a secretaria ainda não planejou as ações que serão implementadas, mas informou que o programa de governo do presidente Lula, chamado "Brasil sem racismo", aponta para a necessidade de desenvolver nove áreas: saúde, trabalho, comunidades de quilombo, educação, mulher negra, juventude negra, relações internacionais, segurança e comunicação e cultura. A ministra falou das falhas no Programa Nacional de Ações Afirmativas durante a gestão Fernando Henrique Cardoso. "O governo passado estimulou ações, mas não havia uma política de governo para a área racial", afirmou. Ela quer que o trabalho da secretaria seja articulado com os outros ministérios.

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