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Mercadante demite presidente do Inep

Saída de Malvina Tuttman do órgão que faz o Enem é segunda baixa na gestão Mercadante

Por Paulo Saldaña
Atualização:

SÃO PAULO - O novo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, demitiu nesta quinta-feira a presidente do Inep, Malvina Tuttman. A pedagoga é a terceira presidente a deixar o instituto responsável pelo Enem desde 2009, quando o exame foi transformado em vestibular - e também acumulou problemas.

 

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Já esperada, a demissão de Malvina veio no primeiro dia útil de Mercadante à frente do MEC - e foi anunciada mesmo sem que haja um nome certo para substitui-la. A decisão foi tomada após reunião entre o ministro e a agora ex-presidente do Inep. Foi classificada pela assessoria de imprensa da pasta como “mudança própria de uma nova gestão”.

 

Em nota publicada no site do órgão, Malvina diz que viveu intensamente o Inep. “Nele aprendi com os meus colegas o valor de ser ‘inepiana’”, declarou. “Saio fisicamente desse importante instituto, mas me sentirei sempre presente em cada sonho realizado e em cada ação desenvolvida pelos servidores”.

 

Com as mudanças no Enem, o Inep ganhou importância e responsabilidades. Antes voltado exclusivamente para pesquisas educacionais, o órgão passou a ser responsável pela elaboração e gestão do exame que se tornou o maior vestibular do País.

 

Ex-reitora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), Malvina assumiu o cargo em 18 de janeiro de 2011 com a missão de consolidar o Enem. Malvina chegou admitir a possibilidade de criar um órgão exclusivo para a aplicação do exame, ideia que não prosperou. Pouco se pronunciou sobre os problemas do Enem de 2011, quando alunos do Colégio Christus, de Fortaleza, tiveram acesso antecipado a questões que caíram na prova.

 

Trocas

 

A pedagoga de 62 anos entrou no Inep no lugar do professor Joaquim Soares Neto, então ex-diretor do Centro de Seleção e Promoção de Eventos (Cespe). Sob a gestão dele, que também ficou apenas um ano na cadeira, ocorreram falhas de impressão e de montagem das provas do Enem, erros em folhas de respostas, vazamento do tema da redação e também de dados de inscritos de três edições.

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Soares havia assumido a vaga aberta por Reynaldo Fernandes, que se desligou do instituto após o roubo da prova em 2009. Naquele ano, o MEC foi alertado pelo Estado sobre o vazamento. O Enem foi cancelado e reaplicado meses depois.

 

O mais cotado para assumir a presidência do Inep é o atual secretário de Educação Superior (Sesu), Luiz Cláudio Costa. Segundo o Estado apurou, o anúncio só dependeria de a pasta encontrar um nome para substituí-lo na Sesu.

 

Educação básica

 

O MEC também confirmou hoje a demissão da secretária de Educação Básica, Maria do Pilar Lacerda. A área é apontada por especialista a que mais precisa de atenção do novo ministro. No Twitter, a ex-secretária afirmou que César Callegari, atual membro do Conselho Nacional de Educação (CNE), assume seu lugar.

 

Em sua conta na rede social, ainda desejou sorte ao suposto substituto. “Daqui a pouco, primeira reunião de transição com o novo secretário de educação básica, César Callegari. Desejo sorte, energia e bom humor!”. Apesar da mensagem, o ministério não confirmou ontem a nomeação de Callegari.

 

O comando das secretarias sob o comando do MEC ainda devem passar por outras mudanças, como o próprio ministério já adiantou ontem. Nomes já cotados para deixarem o MEC são Eliezer Pacheco (Educação Profissional e Tecnológica), e Carlos Augusto Abicalil (Articulação com os Sistemas de Ensino).

 

* Atualizada às 14h35 do dia 27/1

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