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MEC vai lançar novo programa para ensino técnico e promete aumentar vagas em 80%

'É difícil ver um encanador desempregado, passando fome ou na fila do Bolsa Família. É difícil ver um eletricista que não consegue se virar', disse o ministro Abraham Weintraub

Por Isabela Palhares
Atualização:

SÃO PAULO - O ministro Abraham Weintraub anunciou o lançamento de um novo programa para ampliar as matrículas no ensino técnico. A nova ação foi batizada de 'Novos Caminhos'. Promessa de campanha do presidente Jair Bolsonaro, a expansão da modalidade ficou estagnada neste ano e sofreu com o congelamento de recursos do Ministério da Educação

O novo programa será lançado nesta terça-feira, 8. Em cerimônia nesta segunda, em São Paulo, o ministro defendeu a modalidade, mas não quis dar detalhes sobre a ação do MEC. 

O ministro da Educação, Abraham Weintraub Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

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"A escola pode ensinar um ofício. Só que aí vem o preconceito de uns 'intelectualóides' que dizem que a escola técnica é ruim porque não forma doutor. Tá cheio de doutor sem emprego por aí, mas é difícil ver um encanador desempregado, passando fome ou na fila do Bolsa Família. É difícil ver um eletricista que não consegue se virar", disse. 

Segundo Weintraub, o 'Novos Caminhos' vai "turbinar" a expansão de vagas na modalidade para que, até o fim do mandato de Bolsonaro, o número de matrículas seja 80% maior do que é hoje. Ele disse que o novo programa vai ser como o Future-se, programa que o ministro anunciou para as universidades federais. 

O Estado apurou que o Consed, entidade que reúne os secretários de educação de todos os Estados do País, não foi consultado ou procurado para dar sugestões no programa. Os dirigentes lamentaram não ter participado do processo de elaboração, já que poderiam contribuir com as experiências que já têm em suas redes de ensino. 

Cenário

A modalidade teve uma explosão de matrículas a partir de 2011, quando foi criado o Pronatec. No entanto, em 2014, com a redução de recursos para programas educacionais, a ação foi enfraquecida e o número de vagas no programa caiu. No ano passado, eram 43 mil matriculados a menos que em 2014. A redução vai na contramão do que prevê a lei do Plano Nacional de Educação (PNE), que tem como meta triplicar as matrículas até 2014. 

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