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Após 5 meses sem aula presencial, MEC dará internet a aluno pobre para acessar ensino remoto

Governo anunciou auxílio a universidades e institutos federais; ministro reconheceu atraso na entrega do pacote

Por Mílibi Arruda
Atualização:
Depois de cinco meses da suspensão das aulas presenciais em decorrência da covid-19, o Ministério da Educação (MEC) anunciou nesta segunda-feira, 17, programa de fornecimento de dados de internet para que estudantes de baixa renda de universidades e institutos federais acompanhem o ensino a distância. 

Aluna se prepara para fazer o dever de casa em um livro em pdf impresso pelo professor emPernambuco. Foto: Leo Malafaia / AFP

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"Fiquei contente embora, num primeiro momento, pudesse entender que foi um pouquinho tarde para tomarmos essa iniciativa", disse o ministro da pasta, Milton Ribeiro, durante coletiva de imprensa. Ele atribuiu a demora ao percurso administrativo público e à burocracia interna.

Inicialmente, o programa vai atender 400 mil alunos com renda mensal familiar por pessoa até meio salário mínimo (R$522,50), em duas modalidades. Para aqueles que já têm pacote de dados móveis, será oferecido bônus. Para os que não têm, serão entregues chips com pacotes de dados.

A instituição de ensino ficará encarregada de entregar as informações dos estudantes para as operadoras. Segundo o MEC, o programa vai entrar em vigência em agosto para estudantes das 25 universidades e 15 institutos federais que já retomaram o ensino de forma remota. As demais vão receber o benefício conforme retomarem as aulas à distância.

Os planos vão de 5 GB a 40 GB, capacidades baseadas numa média mensal de uso de 20 GB, considerada pelo ministério e pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) na elaboração do programa. Com orçamento de R$24 milhões, o benefício vai se estender até 31 de dezembro, duração do estado de calamidade pública decretado pela Câmara dos Deputados. Segundo a pasta, a continuidade pode ser revista, a depender da evolução da pandemia.

Alunos que não residirem nos municípios em que existem campi das instituições federais deverão ser avaliados caso a caso. “Onde nenhuma das operadoras [envolvidas no programa] atender, a universidade vai tratar de forma específica”, disse o secretário de Educação Superior do MEC, Wagner Vilas Boas de Souza.

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Por meio de programa suplementar, as universidades podem atender através de recursos próprios alunos com renda familiar per capita mensal entre meio salário mínimo até um salário mínimo e meio (R$1567,50) - perfil considerado de vulnerabilidade social. São 900 mil alunos na rede federal que correspondem a esse intervalo de renda.

De acordo com o diretor-geral da RNP, Nelson Simões, esse programa lança as bases para inclusão de banda larga também nos domicílios dos alunos, facilitando a implementação de um modelo que mescle educação a distância e presencial no futuro. 

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