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MEC vai divulgar data de nova prova do Enem até a próxima semana, diz Haddad

Em audiência no Senado, o ministro defendeu a realização de duas edições do exame por ano e atribuiu à gráfica RR Donelley a culpa pelos erros de impressão

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Por Redação
Atualização:

O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira, 16, que será definida até o começo da próxima semana a data de aplicação de uma nova prova do Enem para os estudantes prejudicados pelos problemas de impressão do caderno amarelo. Em audiência da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, Haddad também defendeu a realização de mais uma edição do exame por ano e voltou a atribuir a culpa pelos erros à gráfica RR Donelley.

 

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“Não contratamos qualquer gráfica, mas a maior do mundo e ocorreu uma falha humana lá”, afirmou o ministro, ao ser questionado por senadores, principalmente da oposição. Segundo ele, o novo dia de aplicação do Enem será anunciado quando for finalizada a leitura das atas dos locais de prova. "Nenhum sistema dessa proporção está imune a falhas técnicas. Quando ocorrem falhas, temos de procurar uma solução cabível que não o cancelamento da prova."

 

Para Haddad, a realização de mais de uma edição do Enem por ano permitiria a aplicação das provas com mais tranquilidade e menos atropelos. "A saída adequada e já planejada é que se realizem mais edições do Enem por ano. Isso vai mitigar, se não a totalidade, a quase totalidade dos problemas que o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) enfrenta com falhas, às vezes humanas, às vezes ocorrências que não estão sob a sua governabilidade", disse.

 

Outro ponto positivo, segundo Haddad, é a possibilidade de o estudante se inscrever mais de uma vez e escolher de qual edição vai participar. "Se ele (o estudante) se absteve (de alguma edição), tem no horizonte uma nova oportunidade."

 

Em sua intervenção, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) defendeu a "superação do gigantismo" do Enem, que desde o ano passado seleciona alunos para instituições de ensino superior públicas. "Mais do que reduzir, sugiro a partilha do Enem. Fazer não só dois exames, mas fragmentar ainda mais para eliminar o gigantismo e esse ambiente de insegurança que criamos", afirmou.

 

Defesa do Inep

 

Sobre a sindicância para apurar as falhas na edição do Enem deste ano, o ministro da Educação disse que o trabalho "vai começar". "No ano passado, fizemos a sindicância. Ninguém ali no Inep se furtou a prestar os esclarecimentos devidos, e nós sabemos hoje que não houve nenhuma participação de servidor do Inep nas ocorrências do ano passado", afirmou ele, ao lembrar o episódio do vazamento da prova revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo.

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Haddad defendeu com veemência as ações do instituto e de seu presidente, José Joaquim Soares Neto. "É um professor especializado em processos de avaliação, com experiência na área de concursos. Ele foi convocado para isso. Convoquei a pessoa certa, não conheço ninguém com currículo superior, igual até tem", disse.

 

Ele acrescentou que o Inep não foi responsável pelo vazamento ocorrido no ano passado. "Em 2009, o Inep foi vítima de um crime, não contribuiu para que um crime ocorresse", disse. Este ano, o Ministério da Educação estava preparado para fazer duas edições do Enem, mas teve de mudar o plano. "Estávamos programados para fazer duas provas em 2010, mas fomos surpreendidos com um evento inédito, o vazamento da prova da OAB, que foi anulada."

 

O requerimento de convite ao ministro na comissão foi apresentado pela senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) e subscrito pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

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