MEC vai avaliar cursos tecnológicos de curta duração

Os alunos serão avaliados pelo Enade, como ocorre com os dos cursos superiores tradicionais

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Ministério da Educação passará a avaliar a partir de novembro os chamados cursos tecnológicos - de nível superior mas com curta duração. O secretário de Educação Tecnológica, Eliezer Pacheco, informou ao Estado que estes cursos entrarão no cronograma de avaliação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep) a partir da divulgação, na segunda-feira,31, do catálogo de denominações dos cursos. A publicação irá convergir as 1.512 denominações existentes hoje no País em apenas 95. Os alunos, a exemplo dos cursos superiores tradicionais, serão avaliados pelo Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), que substituiu o Provão a partir de 2004. O Enade prevê uma avaliação por amostragem através de sorteio dos alunos que estão no primeiro e no último ano. Cada curso é avaliado a cada três anos. "Serão avaliados em novembro os cursos tecnológicos que estiverem dentro das áreas definidas pelo Inep", explicou Pacheco, citando engenharia e os cursos de licenciatura. O secretário ressaltou, no entanto, que o catálogo terá apenas caráter orientador para as instituições de ensino superior e estudantes. Segundo ele, o Ministério da Educação não pode proibir denominações distintas às do catálogo. "Nós teremos 95 denominações que serão reconhecidas pelo MEC e que poderão ser avaliadas pelo Enade como os demais", explicou. "Mas o catálogo é bom para todo mundo", completou. Segundo ele, as instituições sérias aplaudiram a iniciativa do Governo. Para Pacheco, é natural que, com o tempo, o mercado vá consolidando os cursos bem avaliados e esvaziando os demais. Ele afirmou que a procura pelos cursos tecnológicos tem crescido e representa 12% do total de matrículas em cursos superiores. Nos Estados Unidos e na Europa, segundo o secretário, esse índice é em torno de 15%. Os cursos tecnológicos são procurados normalmente por pessoas acima de 24 anos que querem ingressar no mercado de trabalho de forma mais rápida ou já trabalham mas precisam melhorar sua posição no mercado. O secretário avalia que estes cursos também atendem a uma demanda reprimida por vagas em universidades. Segundo ele, apenas 10,5% dos jovens entre 18 e 24 anos no Brasil freqüentam o curso superior. Ele acredita que esse baixo porcentual é reflexo da combinação do número pequeno de vagas nas universidades públicas e do baixo poder aquisitivo das famílias. "Setenta e cinco por cento das matrículas estão em instituições particulares".

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