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MEC planeja escola para capacitar diretores

Projeto será apresentado a Lula na semana que vem. Escola de Gestão terá também cursos a distância

Por Agencia Estado
Atualização:

O Ministério da Educação tem pronto um projeto para formação continuada de diretores de escolas, que será apresentado na semana que vem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A idéia é inaugurar a Escola Nacional de Gestão Escolar para capacitar os cerca de 240 mil diretores do País, por meio de educação presencial e a distância. O projeto faz parte do bloco de iniciativas do MEC em resposta ao pedido do presidente para que seja melhorado o ensino básico no País. Apesar de alguns detalhes já estarem definidos, não há ainda uma previsão de custo para o projeto. Pela urgência em transformar 2005 no "ano do choque de qualificação na educação básica", como têm dito integrantes do governo, o dinheiro pode ser remanejado de outras áreas do MEC. Problemas de gestão "Problemas de gestão têm prejudicado inclusive o recebimento de verbas para merenda escolar, já que os dados não são enviados ao ministério corretamente", diz o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do MEC (Inep), Eliezer Pacheco, responsável pela elaboração do projeto. Segundo ele, um programa piloto do curso pode ser realizado em outubro para cerca de 50 diretores. O projeto será feito em parceira com a Escola Nacional de Administração Pública (Enap), mantida pelo governo federal, em Brasília. Os currículos presenciais e a distância contemplarão as áreas administrativas e pedagógicas. Com a comunidade "Até hoje a preocupação do diretor foi muito mais com a parte física da escola, como o prédio, do que com o projeto acadêmico", critica a educadora da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) Neide Noffs. Ela diz ainda que uma capacitação nacional dos gestores precisa abordar a importância da participação das comunidades na escola. "Muitas vezes os professores chegam com uma formação básica e só o diretor pode ajudá-los", diz a diretora Fátima Zein Casarin, da Escola Estadual Piratininga II, em Itaquaquecetuba, região metropolitana de São Paulo. A escola - localizada numa área extremamente carente - foi destacada como exemplo pelo Instituto Fernand Braudel, principalmente pelo trabalho da educadora, que mudou um histórico de depredação e baixa qualidade de ensino. Formação continuada Fátima conta que conseguiu desenvolver um espírito de equipe entre os profissionais na escola e organizar formação continuada interna. "Se o diretor está sempre em formação, ele estimula o mesmo entre seus funcionários", diz, elogiando o projeto do MEC. Na Piratininga II, cada professor tem uma sala de aula, equipada com materiais sobre a disciplina e decorada de modo a despertar o interesse do aluno. Há ainda turmas de vôlei, tênis de mesa e xadrez, fora do horário de aula. Não existem muros pichados nem carteiras quebradas. "A cara do diretor" "A escola tem a cara do seu diretor", diz o presidente do Sindicato de Especialistas de Educação do Magistério Oficial (Udemo), Roberto Torres. A entidade representa os diretores em São Paulo, que são cerca de 5 mil. No Estado, os cargos de diretores são oferecidos em concursos públicos, mas ainda há locais no País em que eles são indicados ou eleitos nas escolas. Segundo dados do Inep, mais de 80% dos diretores de escolas brasileiras participam de capacitações. Cerca de 90% têm formação superior.

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