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MEC gasta R$ 262 milhões para fazer, pela 1ª vez, Enem sem falhas graves

Exame Nacional do Ensino Médio, que começa neste sábado e vai até domingo com 5,7 milhões de inscritos, tenta se livrar dos erros de organização que acompanham a prova desde 2009

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Por Leonencio Nossa e BRASÍLIA
Atualização:

Para tentar fazer o primeiro Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) sem falhas desde 2009, quando foi transformado em vestibular, o Ministério da Educação inflou o gasto médio com as provas. O custo por inscrito chegou a R$ 55,98, quase R$ 8 a mais que no ano passado, quando 26,4% dos inscritos faltaram. Desse valor, R$ 45,33 saíram dos cofres públicos, pois a arrecadação com as taxas de inscrição não cobre o custo. O gasto total do governo com exame é estimado em R$ 262 milhões.

 

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Pouco mais de 5,7 milhões são esperados hoje e amanhã em 1.615 cidades do País. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse que o aumento do custo ocorreu com a compra de cadeados eletrônicos e chips de segurança e as mudanças na aplicação e correção dos testes. Mercadante disse estar "tranquilo" e "seguro" de que o primeiro Enem de sua gestão ocorrerá sem fraudes e falhas ocorridas nas versões anteriores.

 

"Não é possível um custo que não fosse esse. Para nós, o prejuízo de não fazer bem feito é muito maior. É um custo muito pequeno para a oportunidade que estamos dando aos brasileiros de chegar à universidade de forma democrática e republicana."

 

As mulheres (3,4 milhões) ultrapassaram os homens (2,3 milhões) no número de inscritos. O Sudeste lidera as inscrições (2,1milhões), seguido do Nordeste (1,8 milhão), Sul (732 mil). Norte (R$ 590 mil) e Centro-Oeste (R$ 522 mil). A maioria (4 milhões) alegou não ter dinheiro para pagar a inscrição. Um milhão de estudantes pagou uma taxa de R$ 35, o que diminuiu o gasto com o exame.

 

Segurança. Mercadante disse que foram checados 3,4 mil itens de segurança e qualidade em 11 etapas do Enem, desde o planejamento até a capacitação das 566 mil pessoas envolvidas. Nessa fase de aplicação, os organizadores concentraram a atenção em 33 itens, numa tentativa de evitar falhas e fraudes. "É um sistema logístico complexo. Tivemos todo o cuidado e rigor", afirmou.

 

A divulgação do gabarito está prevista para quarta-feira, dia 7, e os resultados individuais para 28 de dezembro. Por conta do sistema de correção do Enem, a Teoria de Resposta ao Item (TRI), o número de acertos não define a pontuação do candidato. A TRI também leva em conta o grau de dificuldade dos itens.

 

Na entrevista, Mercadante reforçou as recomendações para os inscritos não perderem o horário das provas e disse que está sentindo a mesma ansiedade de1972, quando prestou vestibular para Economia na Universidade de São Paulo (USP).

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O ministro disse que não foram registrados incidentes na distribuição das provas. Entre as medidas de segurança realizadas neste ano está a adoção de lacres eletrônicos em 25% dos malotes de provas. O instrumento permite aos organizadores saber os horários em que os envelopes foram fechados na gráfica e o momento da abertura nas salas de aula.

 

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