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MEC adia prazo para Uniban dar explicações sobre oferta de curso integrado

Apesar da ampliação do prazo, que terminava hoje, cursos continuam suspensos

Por Luiz Guilherme Gerbelli
Atualização:

A Secretaria de Ensino Superior (Sesu) do Ministério da Educação (MEC) recuou nesta quinta-feira, 29, do ultimato que havia dado à Universidade Bandeirante (Uniban) para que se adequasse às exigências do MEC sobre o oferecimento de cursos integrados, com a emissão de certificado antes mesmo de o aluno concluir a graduação. A data limite para as explicações sobre essa modalidade de ensino expirava nesta sexta, 30, e agora está em aberto.

 

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A decisão foi publicada no Diário Oficial da União, após a universidade apresentar um recurso sobre um despacho de março do MEC, publicado depois de uma reportagem do Jornal da Tarde sobre o assunto. À época, o ministério informou que encontrou irregularidade nos cursos integrados, como “desvirtuamento das normas da educação superior”.

 

Os cursos integrados oferecem ao mesmo tempo aulas sequenciais (com formação específica) de graduação e pós-graduação. Procurada, a Uniban considerou justa a decisão da Sesu e que “aquilo que a universidade propôs (inicialmente) tem validade”.

 

Apesar da ampliação do prazo, os cursos integrados da Uniban continuam suspensos. Um novo parecer da Sesu sobre o caso só será emitido depois de que todas as unidades receberem uma comissão de avaliação do MEC.

 

No recurso, a Uniban alegou que “a oferta de cursos de graduação e pós-graduação de forma integrada está de acordo com a legislação vigente”. A universidade também garantiu que “não há descumprimento de cargas horárias mínimas exigidas para cada um dos níveis de formação superior oferecidos pela instituição”.

 

Críticas

 

A oferta de cursos integrados desagrada especialistas de mercado. Eles acreditam que esse tipo de modalidade de ensino pode favorecer uma má formação teórica e prática do universitário.

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Para o presidente do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP), Cláudio Porto, os curso integrados são resultado de uma excessiva liberdade das universidades, o que prejudica todo o ensino. “É um absurdo essa autonomia para a universidade. Esse é o problema. Todas as áreas estão sendo bastante rebaixadas em qualidade”, afirma Porto.

 

O Coren diz que não credencia alunos que não tenham concluído a graduação. “Se flagramos alguém desenvolvendo ilicitamente qualquer tipo de atividade, abrimos processo criminal”, afirmou.

 

O presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, é favorável a uma permanente avaliação do MEC. “A educação é prioridade e tem que ser acompanhada, inclusive o ensino superior.”

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