MBA no País atrai estrangeiros

Profissionais já formados procuram cursos no Brasil interessados em conhecer a cultura de negócios daqui

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Por Larissa Linder
Atualização:

De longe. A tcheca Hana aprendeu português sozinha

 

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Moeda estável, PIB crescendo, Copa e Jogos Olímpicos por vir. Não é à toa que estrangeiros têm cada vez mais voltado os olhos para cá. Para  entender o jeito brasileiro de fazer negócios, muitos optam por fazer um MBA por aqui.

 

O americano Christopher Jarvinen, de 46 anos, é um desses interessados. Pelo menos uma vez por mês, ele viaja de Nova York ao Brasil para cursar o OneMBA da Escola de Administração na Fundação Getulio Vargas, em São Paulo.

 

Sócio de um escritório de advogados em sua cidade, ele já havia acumulado uma porção de títulos de graduação em universidades americanas de renome, como Economia, na Brown University, e mestrado em Teologia, em Harvard.

 

“Pensava em fazer um MBA nos EUA ou na Europa, mas acabei descobrindo o programa da FGV com aulas em inglês e, como tenho clientes brasileiros, achei que seria uma boa ideia”, conta. “Em relação a diferenças culturais, a melhor educação que eu ganhei nos últimos tempos foi aqui neste MBA.”

 

Segundo a coordenadora do OneMBA, Sílvia Sampaio, desde 2002, quando o programa foi lançado, nunca houve uma turma só de brasileiros. “Recentemente, o que tem me chamado a atenção é que os estrangeiros têm vindo com outra percepção do País, sem os estereótipos de antes”, conta. “Eles querem fazer negócios por aqui e têm se esforçado para entender nossa cultura.”

 

A economista tcheca Hana Mrkvicková, de 31 anos, começou a se interessar pelo Brasil ainda no seu país de origem, ao fazer uma dissertação de mestrado sobre o Mercosul e a União Europeia. “Vi que era um lugar com muitas oportunidades de fazer negócios. Achei que a melhor forma de fazer isso era começar por um MBA.”

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Hana chegou a São Paulo em março. Com apenas algumas noções de português, aprendidas por conta própria, ela começou a ter aulas na Fundação Instituto de Administração (FIA) da USP – e pretende continuar no Brasil.

 

Foi para pessoas com o perfil de Hana e Christopher que a FGV do Rio criou o MBA Global Premium este ano.

 

De acordo com o coordenador do MBA Global Premium, Yann Duzert, o número de estrangeiros nos programas da instituição vinha crescendo, o que os  fez pensar em um produto voltado para esse público. As aulas da primeira turma começam em março.

 

“São, em geral, pessoas de 30 anos que trabalham em multinacionais”, diz Duzert. Entre os matriculados, há um alemão, um suíço e um canadense.

 

Parceria. Percebendo o apelo brasileiro, as escolas estrangeiras estão cada vez mais fechando parcerias com instituições daqui. “No ano passado, Harvard pela primeira vez inseriu um módulo de imersão no Brasil, em conjunto com o nosso”, diz Silvio Laban, coordenador de MBA do Insper.

 

'Estou aprendendo desde já como funcionam os negócios no País', diz Philippe Hügli, gerente de vendas da indústria farmacêutica suíça

 

Em 2009 a instituição recebeu 27 alunos estrangeiros por meio desse tipo de programa em parcerias com universidades de fora. Neste ano, foram 40, fora outros 30 que estão em lista de espera. O gerente de vendas suíço do setor farmacêutico Philippe Hügli, de 30 anos, passou uma quinzena em São  Paulo, no Insper. “A empresa onde trabalho em Zurich ainda não tem negócios aqui, mas estou olhando à frente e aprendendo como funcionam os negócios no  Brasil”, diz. “Como o Brasil tem crescimento anual em torno de 5%, é um lugar interessantíssimo para as empresas europeias”, conclui Hügli.

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FRASE

 

"Os estrangeiros estão vindo sem os estereótipos de antes"

Silvia Sampaio, coordenadora do OneMBA, da FGV-SP

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