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Justiça ouve testemunhas no caso Enem

Processo apura responsabilidade de acusados pelo vazamento das provas no ano passado

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Por Redação
Atualização:

SÃO PAULO - O juiz Márcio Rached Milani, da Justiça Federal de São Paulo, ouviu hoje 4 das 11 testemunhas escaladas para a primeira audiência do processo que apura a responsabilidade dos acusados pelo vazamento das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no ano passado.

 

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A sessão começou por volta das 14 horas desta quarta-feira, 18, na 10ª Vara Criminal do Fórum Ministro Jarbas Nobre. No dia 22 de setembro, serão ouvidas outras 7 testemunhas de defesa.

 

O vazamento da prova veio à tona após dois homens tentarem vender a prova para o Estado.Após a divulgação da fraude, o exame, que aconteceria nos dias 3 e 4 de outubro de 2009, foi adiado para dezembro, prejudicando mais de 4 milhões de candidatos em 1,8 mil cidades do País.

 

A fraude ocorreu nas instalações da Gráfica Plural, na região metropolitana de São Paulo. Cinco acusados foram denunciados: Felipe Pradella, considerado o mentor do vazamento, Marcelo Sena Freitas, Filipe Ribeiro Barbosa, Gregory Camillo e Luciano Rodrigues.

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Pradella, Freitas e Barbosa eram funcionários temporários da empresa Cetros - integrante do Consórcio Nacional de Avaliação e Seleção, que organiza o Enem - e estavam lotados na gráfica que imprimiu as provas. Já Camillo, que era DJ, e Rodrigues, dono de uma pizzaria, agiram como intermediários na tentativa de venda da prova para dois jornalistas do Estado.

 

Entre as testemunhas que foram ouvidas na audiência de hoje estavam a ex-repórter do Estado Renata Cafardo e o editor do Estadão.edu Sergio Pompeu.

 

Pradella e Camillo tentaram vender a prova aos jornalistas por R$ 500 mil - o Estado, porém, não compra informações. A reportagem avisou o Ministério da Educação do vazamento, e o Enem foi adiado. Uma nova empresa foi contratada para realizar o exame.

 

Após a audiência, Luiz Bezinelli, advogado de Rodrigues, disse à reportagem do Estadão.edu que não foi apresentada nenhuma prova contra seu cliente. "Não há nada que comprove o envolvimento dele no caso."

 

CORRUPÇÃO A Justiça Federal aceitou em dezembro a denúncia por violação de sigilo funcional e corrupção passiva contra os cinco acusados de vazar a prova do Enem. Foi rejeitada, porém, a acusação de peculato - furto praticado por servidor público, cuja pena varia de 2 a 12 anos. 

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