Jovem presa em São Paulo participou de atos de professores no PR

Presidente da Ubes, a paranaense Camila Lanes, esteve à frente de ocupações de escolas na capital paulista, onde atualmente vive

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Foto do author José Maria Tomazela
Foto do author Pedro  Venceslau
Por José Maria Tomazela , Paulo Saldaña , Luiz Fernando Toledo e Pedro Venceslau
Atualização:
Protagonista. Líder se mudou para o Estado neste ano Foto: UBES

A paranaense Camila Lanes, presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), começou a militar pelas causas estudantis ainda adolescente. Antes de participar das manifestações contra a reorganização escolar da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), Camila, ligada ao PCdoB, já havia se juntado a atos contra outro tucano: ela apoiou a greve dos professores estaduais do Paraná, governado por Beto Richa.

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Camila foi escolhida em novembro para presidir a Ubes, já no meio das discussões do movimento dos estudantes em São Paulo. Com influência nos grêmios de várias escolas estaduais, a Ubes aproveitou a maré das ocupações de escolas e saiu de um limbo que vivia há alguns anos. 

A líder estudantil mudou-se para São Paulo neste ano para exercer a presidência da entidade. Mora em um apartamento reservado para lideranças estudantis mantido com a ajuda de custo dada a membros da executiva da Ubes. Historicamente, o PCdoB comanda a entidade.

Não é a primeira vez que Camila se muda por causa da militância. Em 2012, quando tinha 16 anos e estudava na Escola Estadual Silveira da Motta, em São José dos Pinhais, no Paraná, Camila saiu de casa rumo a Curitiba para participar de um acampamento estudantil. O movimento tentava recuperar a área da sede da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (UPES), envolvido em batalha imobiliária. Foram 136 dias de ocupação e, no ano seguinte, em 2013, Camila tornou-se presidente da UPES, cargo ocupado até o ano passado.

Ferida. Em junho deste ano, ela chegou a ser ferida na passeata dos professores no Paraná, que protestavam contra um pacote de medidas do governador e foram violentamente reprimidos pela Polícia Militar. Em São Paulo, também participou de atos em que houve ação da polícia contra os estudantes e chegou a ser detida em um deles. "Em vez de negociar, preferiram usar bombas e spray de pimenta, como se estivessem numa guerra. Eles bateram e nós apenas resistimos”, disse ela, que tem 19 anos.

No PCdoB, seu nome já desponta como símbolo dos estudantes. Antes da UPES, também participou da União da Juventude Socialista (UJS), mais um braço do partido. O estudante Claitom Fortunato, de 18 anos, morou dois anos com Camila em Curitiba. “Ela sempre foi protagonista das lutas que se envolveu. A Camila liderou o apoio dos estudantes aos professores no Paraná quando a greve já tinha um desgaste com a população”. Ambos compartilham do desejo de estudar Direito.