
14 de dezembro de 2010 | 10h29
Há 20 anos no mercado de animação, Kiko Mistrorigo viu de perto a evolução do setor no Brasil e reconhece: a situação está muito melhor. “Já vivemos um longo inverno, em que nossa animação se restringiu à prestação de serviços para a publicidade e ao trabalho autoral de alguns profissionais”, diz o arquiteto e diretor da TV Pinguim, produtora responsável pelo desenho Peixonauta.
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A empresa tem 20 funcionários, mas precisou contratar outros 180 no ano passado, quando fez a primeira temporada da série sobre o peixe que defende questões ambientais. “Uns 70 nunca haviam trabalhado com animação. Chamamos até quem só tinha noção de Photoshop, capacitamos e colocamos para executar tarefas básicas”, conta.
Segundo ele, o Brasil está caminhando para ser um polo gerador de ideias e marcas. “O mundo desenvolvido tende a nos ver como produtor de serviço barato. Com nossas séries, estamos mostrando que sim, prestamos serviços, mas de primeira qualidade.”
FRASE
"O animador brasileiro tem uma paixão que é difícil de se ver por aí. Nem sempre ele é um artista, mas precisa ter boa formação para ser um técnico. Hoje, o cara pode produzir, colocar o link na web e enviar seu trabalho para estúdios"
Kiko Mistrorigo, diretor da TV Pinguim, produtora do Peixonauta
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