Informatizar escolas pode levar 40 anos

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Por Agencia Estado
Atualização:

Se for mantido o mesmo ritmo de agora, a informatização das escolas públicas do País pode demorar cerca de 40 anos para terminar. De acordo com Américo Tristão Bernardes, diretor da Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação (MEC), nos últimos anos, os estabelecimentos de ensino receberam de 15 mil a 20 mil computadores por ano. "Não dá para fazer as coisas na mesma velocidade de antes", ressaltou. De acordo com ele, o governo federal estuda formas de acelerar o processo. Bernardes explicou que, para que todas as escolas tenham uma média de um computador para cada 50 estudantes, são necessárias 800 mil máquinas. No momento, o MEC prepara um projeto de médio e longo prazo para tentar dar conta do déficit, estipulando o número exato de equipamentos que serão comprados, quanto isso vai custar e de onde sairão os recursos. "Isso tem de ser feito em parceria com os Estados", afirmou. Dados do ministério mostram que a evolução do número de computadores nas escolas públicas está longe de acompanhar o que ocorre no ensino particular. Entre 1999 e 2002, a quantidade de micros no ensino público subiu de 111.986 para 226.986. Já no setor privado, as máquinas passaram de 184.371 para 263.001. À primeira vista, a diferença pode parecer pequena. As informações ficam mais claras, no entanto, quando relacionadas ao número de escolas que existem no País. Nas 179.935 escolas públicas brasileiras, o porcentual das que contam com computadores subiu de 13% (25.705) para apenas 23% (42.488) nos últimos três anos. Já nos 34.253 estabelecimentos particulares, a relação cresceu de 60% (17.735) para 70% (24.008) no mesmo período. Isso mostra que, enquanto o setor privado está bem próximo de conseguir dar acesso à informática a todos os seus alunos, o ensino público ainda está bem distante desse objetivo. Internet - Se o número de micros ainda é muito baixo, pior é a disponibilidade de acesso à internet. A quantidade de escolas públicas do País onde se pode usar a rede passou de 1,3% (2.528) em 1999 para 8,2% (14.773) em 2002. No ensino particular, os estabelecimentos com conexão à internet subiram de 17% (5.157) em 1999 para 32% (13.320) em 2002. Segundo Bernardes, um dos meios estudados pelo governo para corrigir essa defasagem poderá vir da utilização dos recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust). Os dados do MEC foram divulgados durante o Fórum Educacional Tecnologia na Educação, promovido nesta terça-feira, em São Paulo, pela empresa americana Intel.

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