Inep minimiza problemas no Enem e vê balanço positivo do 1º dia

Órgão responsável pelo exame informou que provas ocorreram normalmente em 97% dos locais e explicou confusão em escolas de Santarém e Taguatinga

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Por Fabrício de Castro
Atualização:

BRASÍLIA - Representantes do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e do Ministério da Educação (MEC) fizeram um balanço positivo do primeiro dia de provas do Enem neste sábado, 5. O órgão informou que as provas foram feitas normalmente em 16.071 locais (97% do total). Em outros 405 locais, alunos não fizeram os testes, em função das ocupações.

Representantes do Inep se mostraram satisfeitas com a organização do primeiro dia de provas do Enem 2016 Foto: André Dusek/Estadão

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"Foi muito tranquilo, mesmo nos locais em que os alunos foram impedidos de comparecer. O balanço é extremamente positivo", disse a secretária-executiva do MEC, Maria Helena Guimarães. "Monitoramos escolas, avisamos os alunos, os coordenadores estavam preparados para receber quem não tinha consultado o cartão de informação. Foi positivo", reforçou a presidente do Inep, órgão responsável pela organização do Enem, Maria Inês Fini.

As representantes também minimizaram os problemas ocorridos em duas escolas, o Centro de Ensino Médio Ave Branca (Cemab) de Taguatinga, cidade satélite do Distrito Federal, e a unidade Amazônia da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), em Santarém, no Pará. Nesses locais, alunos receberam mensagens por celular na manhã deste sábado comunicando o adiamento das provas, em função de ocupações.

No entanto, estudantes que desconfiaram da informação foram aos locais e encontraram os portões abertos. Eles acabaram realizando as provas normalmente.

O Inep e o MEC reconheceram a falha na comunicação e disseram que alunos das duas escolas que não compareceram aos locais em função das mensagens farão as provas em 3 e 4 de dezembro. Já quem fez a primeira bateria de testes neste sábado precisa realizar as demais provas neste domingo, 6.

"Houve um equívoco dos coordenadores destes locais (Taguatinga e Santarém), no envio destes dados ao Inep. Mas todos os estudantes (que não fizeram provas em função do erro) vão realizar as provas em dezembro", confirmou Maria Inês.

A diretora de gestão e planejamento do Inep, Eunice de Oliveira Ferreira Santos, disse que o equívoco aconteceu na transmissão da mensagem, pelos coordenadores, sobre a situação das duas escolas.

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Para ela, o primeiro dia de provas foi bem-sucedido. "O processo estava muito tumultuado. A sociedade precisa compreender o processo neste momento", comentou. "Conduzir o Enem não é fácil. Imagina um Enem tumultuado neste momento."

Ocupações em função dos protestos contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do teto de gastos e a reforma do ensino médio, estima-se que 271 mil estudantes farão provas em 3 e 4 de dezembro.

Neste sábado, 8.627.248 estudantes estavam inscritos para a prova, mas o Inep não divulgou uma parcial de abstenções. Também não foram passadas informações sobre quanto custará aos cofres públicos a realização de novas provas em dezembro.

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O Inep informou ainda que, caso ocorram novas ocupações de sábado para domingo e alguns locais sejam interditados, os estudantes que já fizeram provas neste sábado terão que fazer todas as provas novamente em dezembro. Mas a instituição afirmou que não trabalha com a possibilidade.

O governo também está atento à possibilidade de judicialização do exame. "Não só a área técnica, como o próprio Ministério da Educação está atento. Todas as providências serão tomadas rapidamente. Liminares podem acontecer, mas as medidas serão tomadas rapidamente pelo Inep, pelo MEC e pela AGU (Advocacia Geral da União)", disse Maria Helena.