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Inep decide aplicar Enem em 3 e 4 de dezembro para 191 mil alunos; veja lista de escolas afetadas

Nova data foi escolhida em razão do movimento de ocupação de escolas em todo o País; 304 delas seriam locais de prova

Por Luísa Martins
Atualização:

BRASÍLIA -Mais de 191 mil alunos que prestariam o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) neste fim de semana terão a prova adiada para 3 e 4 de dezembro, confirmou divulgou nesta terça-feira, 1, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). O motivo são as escolas ocupadas pelo movimento secundarista, 304 delas locais de prova. 

Paraná concentra a maioria das ocupações pelo País Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADAO

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++ Consulta aqui a lista das escolas afetadas pela ocupação do movimento estudantil.

Os inscritos afetados pela mudança serão avisados por SMS, e-mail e na Página do Participante, no site do Enem, de que estão dispensados do exame neste fim de semana. A data de divulgação dos novos locais de aplicação da prova ainda não foi definida, “mas será com a antecedência necessária”, afirmou a presidente do Inep, Maria Inês Fini. A nova prova, segundo ela, já está pronta – e foi elaborada a partir do banco de itens do órgão, vinculado ao Ministério da Educação (MEC). Será uma versão diferente da que será aplicada neste fim de semana, “mas absolutamente equivalente, com o mesmo formato”. 

O cronograma de inscrição no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) será mantido, assim como os prazos para candidaturas ao Programa Universidade Para Todos (ProUni) e Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Mesmo com 30 dias de atraso, “a análise dos resultados sai a tempo”, diz o MEC.

Custos. Maria Inês Fini afirma que os prejuízos financeiros de uma nova prova “ainda não foram calculados”. O próprio MEC divulgou nota, semana passada, estimando em R$ 8 milhões os custos adicionais. “Lamentavelmente, quem paga a conta é o governo federal. Adoraríamos passar esse custo aos verdadeiros responsáveis, que desconfio que não são os jovens”, disse ela, afirmando que os alunos estão sendo “orientados para invadir”. “Temos relatos de que estão sendo dadas a eles garantia de alimentação e instruções sobre como responder à imprensa”, afirmou Maria Inês. 

Justiça. Apesar de ela dizer que não há movimentação do MEC para responsabilizar pessoas pelo gasto extra, a própria pasta divulgou nota em que admite a possibilidade de entrar na Justiça para ressarcir os cofres públicos. A Advocacia-Geral da União (AGU) também confirmou que vai trabalhar para identificar causadores do prejuízo. “Os protestos dos estudantes são absolutamente legítimos. Eles têm o direito de fazer reivindicações, mas isso afeta a vida de milhares de outros estudantes”, ponderou. 

O Inep descartou a possibilidade de apenas trocar os locais de prova, em vez de adiar a aplicação, por avaliar que a segurança do Enem ficaria em risco. “O exame exige um plano logístico de distribuição do material, com rotas predefinidas, escoltas policiais e efetivo policial destacado para a operação.” 

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Se até sexta-feira outras escolas forem ocupadas, as provas também serão canceladas nestes prédios. No caso das instituições ainda tomadas pelos estudantes secundaristas, o adiamento está assegurado mesmo em caso de desocupação nos próximos dias. Segundo fontes do MEC e Inep, chegou a ser considerada a aplicação do exame nas mesmas datas destinadas aos candidatos privados de liberdade. O governo acabou decidindo adiar o Enem dos detentos ou jovens em medida socioeducativa de 6 e 7 para 13 e 14 de dezembro. 

A nova data dá aos 191 mil alunos quase um mês a mais para se preparar. A presidente do Inep negou que isso lhes dê algum tipo de favorecimento. “Não acredito que mais um mês vai aumentar as vantagens de uns em relação a outros, até porque os estudantes afetados, ao esperar, vão ter de administrar suas ansiedades pessoais.”