Um incêndio destruiu, na manhã desta segunda-feira, 30, parte de um prédio da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu, a 235 km de São Paulo.
As chamas destruíram duas salas e um laboratório de pesquisas de produtos de origem animal. Numa das salas, da vice-diretoria da faculdade, o fogo queimou documentos e um arquivo contendo pesquisas científicas de até 30 anos atrás. Parte desse acervo não pode mais ser recuperada.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o fogo começou provavelmente após um curto-circuito nas instalações elétricas. No prédio atingido funcionava o Serviço de Inspeção de Alimentos e de Produtos de Origem Animal, cujas pesquisas serviam de base para a atuação de agentes da inspeção sanitária.
O vice-diretor da Faculdade de Veterinária, José Paes de Almeida Nogueira Pinto, disse que muitos documentos importantes para a instituição foram consumidos pelo fogo. A sala ficou destruída: janelas envidraçadas explodiram e parte do telhado caiu. O vice-diretor acompanhou o combate às chamas, mas não conseguiu salvar o acervo.
A faculdade não tinha aulas ontem por causa do feriado prolongado. No local, estavam apenas uma faxineira e o fiscal federal Jean Joaquim, do Ministério da Agricultura e Pecuária, que trabalha na unidade. Ele disse que o fogo se alastrou rapidamente e atingiu também a cozinha.
Joaquim ainda tentou apagar as chamas com um extintor, mas havia risco de explosão dos botijões de gás. O Corpo de Bombeiros isolou a área. O fogo foi controlado no final da manhã, mas tudo ficou destruído.
Uma das salas atingidas tinha todo o material científico produzido por dois professores da universidade que pesquisavam a produção e a inspeção de alimentos de origem animal, como a carne, o leite e seus derivados. Havia ainda trabalhos de pesquisa em campo produzidos ao longo de três décadas.
Os estudos mais recentes estavam em arquivos digitais e podem ser recuperados. Já as pesquisas mais antigas perderam-se de forma definitiva.
O vice-reitor informou que o prédio havia sido reformado recentemente e muitas instalações eram novas. As causas do incêndio serão investigadas pela Polícia Civil. O laudo do Instituto de Criminalística (IC) deve ficar pronto em duas semanas.