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Idioma é passaporte para Engenharia na Alemanha

Alunos começam a estudar alemão desde o início da faculdade, animados com chance de fazer parte da graduação no país europeu

Por Julia Marques
Atualização:
Lucas Ferreira, de 22 anos, estuda alemão de olho em oportunidades do Ciência sem Fronteiras Foto: SERGIO CASTRO/ESTADÃO

Studieren in Deutschland. Esses palavrões já estão na ponta da língua de muitos alunos brasileiros, especialmente de Engenharia. Com a expansão das oportunidades de intercâmbio pelo Ciência sem Fronteiras (CsF), estudar parte da graduação na Alemanha se tornou um sonho possível. Para superar os desafios da língua e alcançar o nível exigido pelo programa, os estudos começam logo no início da faculdade.

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Aluno de Engenharia da Universidade Federal do ABC, Lucas Teobaldo Ferreira vê com entusiasmo a chance de estudar na Alemanha, país referência na indústria e em pesquisas. Ele faz aulas de alemão no Goethe-Institut, em São Paulo. “Entrei no curso porque queria prestar o Ciência sem Fronteiras”, conta o jovem de 22 anos. Na última tentativa, não atingiu o nível exigido. Para a Alemanha, o CsF exige o intermediário (compreensão de assuntos do dia a dia e produção de textos simples) - outra condição é ter menos de 90% da graduação concluída no momento da viagem.

São necessários sete módulos para se chegar ao intermediário. Sem ascendência germânica ou familiaridade com a língua, Ferreira diz que alcançou esse nível após um ano e meio de estudo. Mas não quer parar. “Estou fazendo intensivos para acelerar o aprendizado.”

O aluno de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) Lucas Padeiro, de 22 anos, conta que aprender alemão é comum na faculdade. “A maioria dos meus colegas já estuda desde o primeiro ano da graduação. Muitos escolheram a língua por causa do intercâmbio.” Padeiro estudou no Poliglota Idiomas, que funciona no câmpus da USP, universidade que também tem curso de alemão para intercâmbio.

Após dois anos, ele fez a onDaF, prova online que certifica o nível de alemão. O teste, de completar lacunas de textos escritos na língua, é uma das opções de certificação exigida pelo Ciência sem Fronteiras. Em janeiro, nas férias, Padeiro fez um curso intensivo. “Alemão é uma língua bem difícil. Tinha medo de não saber me virar.” Ele viajou em junho para a Alemanha, onde ainda estuda o idioma. A vaga na Universidade Ruhr Bochum, na cidade de Bochum, já está garantida para dois semestres.

Planejamento. Quem não tem familiaridade com o idioma deve traçar um plano cuidadoso para conciliar o tempo de graduação e o aprendizado da língua. “A dedicação do aluno é o mais importante. Deixamos muita tarefa de casa para ele estudar constantemente”, afirma o professor Tarcísio Lima, que leciona nos primeiros níveis do Poliglota. Como há poucas referências de alemão no Brasil, estreantes no idioma podem ter dificuldade no início.

Os cursos também vêm se modificando para atender a demanda de estudantes de olho nas oportunidades de viagem para o exterior. Conteúdos práticos e vivências do cotidiano são incluídos nas aulas para ajudar os alunos na adaptação ao país. “Na Alemanha, a linguagem informal com o professor é ofensiva. Por isso, já cobro dos meus alunos que usem comigo o tratamento formal”, exemplifica o professor Kai Ullmann, também do Poliglota.

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SERVIÇO

Goethe-Institut São Paulo Inscrição: Até 4/8 Módulos: de um, dois ou quatro meses de duração  Custo: R$ 2.250  Site: goethe.de

Poliglota Idiomas Inscrição: Até 7/8 Módulos: de 15 dias ou de três meses e meio de duração  Custo: A partir de R$ 670  Site: poliglotaidiomas.com

Alemão para Intercâmbio na FFLCH Inscrição: Até o fim de julho Módulos: de um semestre  Custo: A partir de R$ 108  Site: clinguas.fflch.usp.br

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