Hora de fazer revisão, e não de aumentar a carga

Mudança brusca de velocidade e de carga de estudos na reta final da preparação para as provas não é recomendável

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Por Agencia Estado
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Orientadores pedagógicos, psicólogos e professores são unânimes: é hora de relaxar e reforçar o que se aprendeu até o momento. Não existem regras, mas uma mudança brusca de velocidade e de carga de estudos na reta final da preparação para as provas pode resultar em acidente grave. ?O aluno deve manter o ritmo em que estava até agora?, orienta o coordenador do curso pré-vestibular Anglo, Ernesto Birner. ?Afinal, o que vale é a soma de tudo o que ele aprendeu nesses anos. Senão, bastaria que ele passasse meses dormindo e, depois, estudasse até as 3 da manhã nos últimos dias.? Momento de revisão Segundo o coordenador de Ciências Biológicas do curso pré-vestibular da Escola Politécnica, da USP, Edson Futema, o momento é de revisão, já que faltam apenas três semanas para a primeira fase da Fuvest. ?A resolução de exercícios não muito complexos é o melhor caminho para deixar as teorias fresquinhas na cabeça?, recomenda o professor. ?Tentar apostar em problemas muito complexos agora só pode aumentar a ansiedade e a insegurança acerca do domínio do conhecimento. O momento é de ganhar mais confiança e retomar a parte teórica para tirar as dúvidas.? Medo do ´branco´ Futema lembra que o medo do ?branco? é um dos principais responsáveis pela procura de novos conhecimentos às vésperas da prova. ?Essa busca só faz os candidatos ficar ainda mais tensos e, portanto, mais suscetíveis a esses ?apagões? de memória.? Os pais e demais parentes que morem junto com os estudantes têm papel fundamental para o rendimento deles nas provas. Afinal, é importante levar em consideração que este é um mês diferente. ?Ansiedade, insônia e alterações de apetite são normais.? Calma estranha O professor afirma ainda que um comportamento estranho seria o aluno estar despreocupado. ?Quem há anos se prepara para este momento tem de estar ansioso como se fosse a noite anterior a uma entrevista de emprego?, compara. Para Birner, os pais podem começar a ajudar evitando uma série de chavões. ?Dizer ?calma?, por exemplo, só vale se o pai e a mãe souberem responder como o filho pode conseguir isso.? Outra comum ? ?se você não conseguir, a gente apóia? ? deixa clara a falta de confiança nos filhos, segundo o professor. Sem chantagem Chantagear o jovem, como nos casos de ameaçar com trabalho ou prometer um carro, pode virar problema. ?São ações de efeito efêmero, porque o filho sabe que vai ganhar o carro de qualquer jeito?, explica Birner. Já um ?confio em você?, puro e simples, pode revelar certa omissão. ?O aluno deve entrar como o time favorito de uma partida de futebol, com a auto-estima lá em cima.? Depende de todos Para o professor de Psicologia da Adolescência da PUC-SP Miguel Perosa, algumas famílias não entendem que passar no vestibular não depende só do estudante. ?Como a prova é classificatória, o resultado do outro é tão importante quanto o dele.? O pior recurso a ser utilizado, segundo Perosa, são os remédios. ?Eu mesmo tomei guaraná em pó quando prestei o vestibular?, afirma o professor. ?E me lembro que meu nível de absorção de informações caiu muito dali em diante. Além disso, o cursinho não precisa ser sacrificante a ponto de tornar os ciclos biológicos artificiais.? leia também Nervos à flor da pele: as provas estão chegando

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