Grevistas querem definição de reajuste já

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Por Agencia Estado
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Professores e funcionários das três universidades estaduais paulistas, em greve desde o mês passado, não aceitam vincular o aumento de recursos para o ensino superior e o reajuste salarial ao aumento da arrecadação, como querem os reitores. Querem agora pelo menos a definição de porcentuais. A presidente da Associação dos Docentes da Unicamp (Adunicamp), Maria Aparecida Afonso Moysés, argumentou que os professores e funcionários não podem ser penalizados pela queda na arrecadação. "O governo estadual é conivente com a sonegação, porque reconhece que ela existe e não faz nada para impedi-la", acusou a representante. A principal reivindicação dos grevistas é o aumento da verba destinada ao ensino universitário pelo governo estadual, dos atuais 9,57% para 11,6% do orçamento. Docentes e servidores querem também um reajuste salarial de 16%. O aumento foi descartado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). Os reitores dizem que nada podem fazer se não houver aumento da arrecadação estadual. Na Unicamp, a folha de pagamento compromete perto de 95% do orçamento da universidade e a intenção da reitoria é reduzir esse índice para 88%. A próxima reunião do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) está marcada para sexta-feira. Bloqueio A greve, que começou há 21 dias na Universidade Estadual Paulista (Unesp), envolve também a Universidade de São Paulo (USP), além da Universidade de Campinas (Unicamp). Na terça-feira, houve grandes manifestações na USP e na Unicamp. O portão principal da USP foi bloqueado por um piquete que reuniu cerca de 400 pessoas, segundo lideranças da greve. O movimento ganhou adesão dos estudantes na segunda-feira. O bloqueio começou às 5h00, conforme o sindicato dos funcionários (Sintusp), e só terminou perto do meio-dia. "Expandir a universidade sem recursos é piorar a qualidade do ensino, e é o que está acontecendo. Queremos mostrar isso para a população", afirmou o presidente do Sintusp, Magno de Carvalho. As outras três entradas da universdade permaneceram abertas, e o Hospital Universitário funcionou normalmente. Apoio no HC Na Unicamp, o Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU) organizou um ato em frente ao Hospital das Clínicas, para buscar apoio no setor de saúde. Em assembléias, o STU e a Associação dos Docentes (Adunicamp) decidiram manter a greve. Havia 500 pessoas, segundo o sindicato. O levantamento do STU indica que a adesão ao movimento era de 60% na terça-feira. A assessoria de imprensa da universidade divulgou balanço à tarde informando que as aulas ocorreram normalmente em 15 das 20 unidades de ensino e pesquisa, para 83% dos alunos. Fatecs Nas Faculdades de Tecnologia (Fatecs) do Estado de São Paulo, os estudantes decidiram continuar a greve até que a direção do Centro Paula Souza e o governo estadual ?diálogo e melhoria da instituição?. A continuidade do movimento foi aprovada em assembléia na noite de terça. Os alunos iniciaram a greve ainda durante a paralisação de professores e funcionários das Fatecs, que começou em fevereiro. Depois da volta ao trabalho, em maio, os estudantes decidiram continuar parados, exigindo discutir com a instituição questões como a classificação de seus cursos.

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