Grevistas das universidades fazem passeata em SP

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Professores e funcionários em greve das três universidades estaduais de São Paulo - USP, Unicamp e Unesp - fizeram uma passeata da Avenida Paulista até a Assembléia Legislativa, na tarde desta quinta-feira. Lá foram recebidos pela Comissão de Ciência e Tecnologia e apresentaram aos deputados uma proposta de aumento do repasse do ICMS para as instituições. Os grevistas também pedem 16% de reajuste salarial. "Reajuste zero é inaceitável", disse o técnico da Estação Ciência, Carlos Gonçalves. No pescoço, o crachá de funcionário da Universidade de São Paulo (USP). É a primeira vez que a unidade adere a uma greve e a justificativa é justamente a ausência de proposta de aumento salarial por parte dos reitores. Os dirigentes e sindicatos da USP, Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) negociam as reivindicações salariais. A próxima reunião será na segunda-feira, às 15h00, na Unicamp. As três instituições têm como orçamento o repasse de 9,57% da arrecadação do ICMS do Estado. Os manifestantes pedem que seja votado na Assembléia um aumento desse percentual para 11,6%. "Nossa greve não é apenas por salário", diz o presidente da Associação dos Docentes da Unesp (Adunesp), Milton Vieira Junior. Há paralisação - total ou parcial - em quase todas as unidades da instituição. Na USP, segundo o sindicato dos funcionários (Sintusp), cerca de 80% dos trabalhadores estão parados. "É a maior greve da história", diz o presidente da entidade, Magno de Carvalho. Segundo a reitoria, o movimento atinge 25 das cerca de 40 unidades da Cidade Universitária. A última greve nas universidades estaduais foi em 2000, com cerca de 50 dias de paralisação. No ano passado, houve reajuste de 14% para professores e funcionários. Muitos alunos também participaram da manifestação. Vestidos com camisetas de centros acadêmicos ou das próprias unidades onde estudam, distribuíam apitos, tocavam bumbos e gritavam contra o governador Geraldo Alckmin e a "falta de dinheiro para a educação". A reitoria da USP registrou queixa na 93º Distrito Policial contra quatro pessoas que estariam tentando fechar com cadeados e correntes a reitoria na madrugada de terça-feira, para que nenhum funcionário entrasse para trabalhar no dia seguinte. Eles não eram trabalhadores da USP e estariam sendo pagos para fazer o serviço. "Isso é a armação. Todo mundo conhece a história do sindicato", diz Carvalho. Segundo ele, as pessoas abordadas fazem parte do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e "estão ajudando na infra-estrutura da greve" sem receber nada por isso. "Eles estavam andando pela USP e foram abordados pela polícia."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.