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Greve nas universidades paulistas completa 60 dias

Por Agencia Estado
Atualização:

A greve de professores e funcionários das três universidades estaduais paulistas - USP, Unesp e Unicamp - completa 60 dias nesta segunda-feira, sem perspectiva de solução para o impasse sobre reajuste salarial. Às 17h, haverá nova reunião das partes em Campinas. Com a paralisação, alunos das unidades que aderiram à greve não conseguiram terminar as aulas do primeiro semestre e correm o risco de voltar, na segunda-feira da semana que vem, para unidades paradas. A direção das universidades já informou que o calendário escolar será modificado para a reposição dos dias perdidos, o que comprometerá as férias de dezembro e janeiro. A paralisação começou em maio e a principal reivindicação era de 16% de aumento nos salários. Após dois meses de negociações, os grevistas aceitam hoje 9,4%. Os reitores no início negaram qualquer reajuste, pois afirmavam que os recursos já estavam muito comprometidos com a folha de pagamento. Depois de diversas reuniões, eles disseram na quinta-feira que podem conceder 2%. O Conselho de Reitores das Universidades Paulistas (Cruesp) afirmou que isso será possível graças ao aumento na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nos últimos meses. A USP, que está em melhor situação financeira, ofereceu também aumento do vale-refeição de R$ 45 para R$ 130, o que agradou ao sindicato dos funcionários da instituição e levou ao fim dos piquetes que estavam bloqueando prédios na Cidade Universitária. A Justiça chegou a conceder a reintegração de posse dos locais, mas a reitoria preferiu esperar e negociar. Em 60 dias, essa paralisação foi marcada por protestos e piquetes. Estudantes e funcionários bloquearam por um dia a principal entrada da USP e da Unesp de São Carlos. A sede da Unesp, em São Paulo, e a reitoria da Unicamp chegaram a ser invadidas por um grupo de alunos. "Na semana passada, esperávamos acabar a greve. Mas eles acenaram com 2%, o que só fez radicalizar o movimento", diz o presidente do sindicato de funcionários da USP, Magno de Carvalho. Segundo ele, sindicatos das três universidades podem montar acampamento quarta-feira na reitoria da Unicamp. "Os funcionários de lá tinham saído da greve há 20 dias, mas na sexta decidiram voltar."

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